Sínodo 2015: Papa fala em «novos horizontes» para a Igreja, sem linguagem condenatória
Agência Ecclesia - Notícias
Francisco
elogia trabalhos que fugiram da «fácil repetição» e critica teses conspirativas
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do
Vaticano, 25 out 2015 (Ecclesia) – O Papa encerrou hoje no Vaticano os
trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família e disse que as últimas três
semanas abriram “novos horizontes” na vida da Igreja, que recusam uma linguagem
condenatória.
“Procuramos
abrir os horizontes para superar qualquer hermenêutica conspiratória ou
perspetiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus,
para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem
duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível”, declarou Francisco, numa
intervenção à porta fechada, posteriormente publicada pela sala de imprensa da
Santa Sé.
Perante
265 participantes com direito a voto, entre eles D. Manuel Clemente e D.
Antonino Dias, de Portugal, o Papa declarou que “o primeiro dever da Igreja não
é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus”.
“A
experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros
defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as
ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu
perdão”, precisou.
Francisco
apresentou uma reflexão sobre o que deve significar para a Igreja “encerrar
este Sínodo dedicado à família”, que desde 2013 incluiu questionários às
comunidades católicas, uma reunião extraordinária de bispos (2014) e a 14ª
assembleia geral ordinária, que se conclui oficialmente este domingo, com a
Missa na Basílica de São Pedro.
O fim
deste percurso, afirmou o Papa, não significa que se esgotaram todos os temas,
mas que estes foram debatidos “a luz do Evangelho, da tradição e da história
bimilenária da Igreja”, sem “cair na fácil repetição do que é indiscutível ou
já se disse”, “sem medo e sem esconder a cabeça na areia”.
“Seguramente
não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e
dúvidas que desafiam e ameaçam a família”, admitiu.
Francisco
falou da reunião de bispos e outros representantes das comunidades católicas
como uma prova da “vitalidade da Igreja Católica”, num “período histórico de
desânimo e de crise social, económica, moral e de prevalecente negatividade”.
O Sínodo
desafia a Igreja e a sociedade a compreender a importância da “instituição da
família e do Matrimónio entre homem e mulher”, fundado sobre “a unidade e a
indissolubilidade”.
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