"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

terça-feira, 13 de maio de 2014

O PAI NOSSO E O MATRIMÔNIO/ FAMÍLIA


PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS...

Deus é o Pai de todas as famílias! Ele é o centro do Sacramento do Matrimônio! Quem deseja casar-se, deve fazê-lo no sentido de consagrar sua vida e o amor conjugal a Deus! Se não for assim, não há sentido algum em se casar “na Igreja”. Sem essa aliança com Deus, não há sentido no matrimônio. Ele é um sacramento, um ato sagrado, um sinal sensível da graça divina! Todo sacramento (portando, também o matrimônio) é sinal da presença de Deus! O Matrimônio é o sacramento da presença de Deus na Família Humana!
Se Deus é nosso Pai, isto significa que meu cônjuge é um (a) filho (a) de Deus! Merece, portanto, todo meu respeito. Somos (eu e meu cônjuge) irmãos em Cristo e irmãos na fé! O mandamento: “amai o próximo como a ti mesmo”, é válido e imprescindível também no Matrimônio. No sacramento do Matrimônio, dois cristãos decidem, espontaneamente, caminhar juntos, em ajuda mútua, e resolvem constituir uma família cristã!
Deus, nosso Pai, está no Céu! Ele é Santo e quer que seus filhos e filhas, feitos à Sua imagem e semelhança, sejam santos também! Nosso Céu começa a ser construído aqui mesmo, na terra! Os esposos devem querer e almejar a salvação eterna um do outro! Ambos devem se ajudar mutuamente! Esta é a vontade de Deus, no tocante ao sacramento do Matrimônio. Lembremo-nos das promessas que fazemos perante o sacerdote, durante a cerimônia do casamento!

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME...

Deus é glorificado, louvado e se sente feliz em uma família unida, cheia de amor, respeito mútuo, isto é, santa! Uma família cristã é sinal da presença de Deus no mundo! Portanto, uma família desunida, destruída, é sinal da presença do mal no mundo!

VENHA A NÓS O VOSSO REINO!


Desejar isso é o mesmo que dizer: “Senhor, que a Tua presença se faça realidade em minha família, em meu casamento! Fica conosco, Senhor! Que o Céu em que viveis já comece aqui, em minha casa!”.
O Reino de Deus é: Justiça, Amor, Verdade, Unidade, Perdão, Paciência, Vida e Paz. Todas essas virtudes tornam o casamento e a família invencíveis!


SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU!

Desejar isso é muito sério! É simplesmente desejar que a Vontade de Deus, que nem sempre é a nossa vontade, seja plenamente cumprida em nossa vida e em nosso casamento! Como isso é grave! Quantos não são os casais que “se casam” sem ao menos pensar nisso...
Querer que a Vontade de Deus “seja feita” exige: amor a Deus e ao cônjuge, renúncia de “nossas vontades”, sacrifício, luta e coragem!
Para o homem, é impossível salvar-se! Porém, para Deus, tudo é possível! Só conseguiremos fazer a Vontade de Deus com a ação de duas forças: nossa decisão e a graça divina! E isso só se consegue com a oração e vida sacramental (Confissão e Eucaristia)!

O PÃO NOSSO, DE CADA DIA, DAI-NOS HOJE.


Aqui não falamos apenas do pão “material”. É claro que este é muito importante e fundamental! Nesta parte do Pai Nosso, porém, pedimos ao Pai, principalmente, pelo “pão espiritual”, o alimento e força das almas e, portanto, da existência da família: Jesus Eucarístico!
Estamos já “cansados” de escutar que a família é a Igreja doméstica. Pois bem, se ela (a família) é uma igreja doméstica, e como a Eucaristia é o Centro da Igreja, assim, Ela também é o Centro da Família Cristã.
Todo sacramento, inclusive o Matrimônio, está voltado para a Eucaristia. O Matrimônio só tem, portanto, sentido, se tiver como meta, como objetivo, força e sustento, a união do casal com Jesus Eucarístico. Daí uma pessoa ou casal que contrai apenas o “casamento” civil, não pode comungar o Corpo e o Sangue do Senhor!
Repito: não vejo sentido algum no Sacramento do Matrimônio em um casal sem vida eucarística! Se eu me caso, perante Deus, não é no intuito apenas de me unir ao meu cônjuge, mas também de me unir ainda mais a Deus (pela graça do Sacramento do Matrimônio), a serviço da Igreja e da Família Humana e de também unir meu cônjuge a Deus no mesmo projeto divino.
A forma máxima de união com Deus é através da recepção (com amor, devoção e preparação) da Comunhão Eucarística, isto é, do próprio Jesus, Deus-Homem, vivo e real na Hóstia Consagrada. A Eucaristia é Vida e Força para o Sacramento do Matrimônio.



PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS...

Constantemente um casal deve estar unido à Misericórdia Divina! Pecamos e somos ingratos a Deus, diariamente!
Para recebermos o perdão de Deus, e para nós podermos receber a Jesus na Eucaristia, temos que frequentar, com amor, devoção e assiduidade o Sacramento do Perdão: a Confissão.
O Sacramento da Confissão ou da Reconciliação é o banho da alma, é o remédio dos corações e a cura de nossas misérias! O que acontece ao nosso corpo quando passamos dois a três dias sem banho? O que acontece a um doente quando passa dois a três dias sem seus remédios? Como podemos comparecer a uma festa na casa de um amigo estando sujos, fedendo e rasgados? A Confissão é o banho que nos limpa, o remédio que nos fortalece e a veste nova que nos torna prontos para comparecermos ao banquete, à grande festa que Deus (nosso amigo) nos oferece: a Santa Missa!
A confissão sincera e frequente é o remédio e a cura para a família de hoje, tão atacada e tão atingida pelo egoísmo, hedonismo, impureza, materialismo, ambições, vícios, desilusões, desrespeito, violência e toda espécie de pecados.
Nós, homens e mulheres que fomos unidos um ao outro e a Deus pelo Sacramento do Matrimônio, temos que nos aproximar do Sacramento da Confissão com muita frequência, para estamos em condições de lutar contra o pecado e de receber o Pão do Céu, Jesus Eucarístico, que é nossa força e graça.



ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO...


Vida conjugal é IGUAL a perdão mútuo diário! Dois esposos cristãos (portanto, dois irmãos na fé) devem SEMPRE se perdoar. É claro que devemos evitar ofender o outro e procurar, no que for possível, agradar e tornar feliz o outro... Porém, se ofendermos o nosso cônjuge, devemos logo lhe pedir perdão e procurar reparar a ofensa! A parte ofendida, por sua vez, deve oferecer o perdão e deixar-se ser reparada.
Sei que isso é difícil! O maligno espreita o casal e a família para leva-los ao ódio, ao ciúme, ao ressentimento, à intriga, ofensas, brigas, agressões verbais e até mesmo físicas. Quanta violência nós vemos hoje em dia nos jornais e na televisão, produzidas dentro da família!
Jesus, Aquele mesmo que, no dia do casamento, oficiou a união do casal, na pessoa do sacerdote, é a força para vencermos todas as tentações e ataques do demônio.
 

NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO...

A família, base da sociedade e da Igreja é o alvo “número um” dos ataques do maligno, do mundo (seu escravo) e da carne (inimiga do Espírito de Deus):
1) O Demônio: sugerindo todo tipo de pecado ou vício que possa destruir a família!
2) O Mundo: oferecendo aos membros da família seus falsos valores (o “amor livre”, “aventuras” extraconjugais, divórcio, aborto, etc) e “novas idéias” tidas como “modernas” ou “normais para os dias de hoje”.
3) A Carne: ciúmes, luxúria, desonestidades, despudor, traição, impaciência com o outro e sentimentos de dominação do outro, etc.
Peçamos sempre ao Pai, que nos ama, que nos livre de toda tentação: a repentina, a inesperada, a escondida (disfarçada), a constante e a intensa.


MAS, LIVRAI-NOS DO MAL!

Como oração, digamos: sim, ó Pai, livrai nossas famílias de todos os males: da falta de amor, da falta de perdão, do desrespeito, do ódio, do ciúme, da inveja, da desconfiança, de brigas, rixas, calúnias, mentiras, impurezas, adultério, do desemprego, de doenças graves, da violência, da falta de fé, do comodismo e preguiça espirituais, da falta de amor a Deus e à Igreja, de heresias, do “ateísmo prático”, etc.
Nossa Senhora, Rainha das Famílias, rogai por nós! Amém!
Sim! Assim seja! Faça-se em nós, em minha família, em todas as famílias, a Vossa Eterna Vontade, ó Senhor! Amém! Amém! Amém!


                                               (Giovani Carvalho Mendes, ocds)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Brasil pode ter o primeiro casal de beatos: Zena e Jerônimo

Jornal Nacional - Edição do dia 20/01/2014
20/01/2014 21h50 - Atualizado em 20/01/2014 21h53


O casal era rico, dono de uma fazenda de café na época da escravidão e eram considerados um exemplo de bondade.

O Brasil pode ter o primeiro casal de beatos. Eles viveram nos séculos 19 e 20, no Rio de Janeiro, e tiveram uma vida totalmente dedicada à igreja e à caridade.
A cidade estava em festa e o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, aproveitou as celebrações de São Sebastião, padroeiro do Rio, para anunciar o início do processo de beatificação do casal Zélia e Jerônimo.
“Por onde passavam deixaram um rastro muito bonito de vida cristã exemplar”, afirma Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.
Jerônimo de Castro Abreu Magalhães nasceu em Magé, na Baixada Fluminense, em 1851.
Zélia Pedreira Abreu Magalhães, em Niterói, no ano de 1857.

O casal era rico, dono de uma fazenda de café na época da escravidão e eram considerados um exemplo de bondade.
“Todos aqueles que os serviam, e nesse período eram os escravos, 500 escravos, mas todos eles tinham salários, todos eram tratados com dignidade, tinham moradia. A grande preocupação não era acumular dinheiro”, ressalta Dom Roberto Lopes, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
O casal teve 13 filhos. Quatro morreram e os outros 9 escolheram a vida religiosa e se tornaram padres ou freiras. Zélia depois de viúva também seguiu o caminho dos filhos e entrou para um convento. Pela dedicação à caridade e à religião, Zélia e Jerônimo podem se tornar o primeiro casal brasileiro a ser beatificado.
Os restos mortais dos dois foram apresentados aos fiéis e levados em procissão até uma igreja na Zona Sul do Rio. Lá vão ficar até o fim do processo de beatificação.
Esse é o sonho de Dona Cecília, sobrinha neta do casal. Ela conta que a mãe dela pediu a tia Zélia que a curasse de uma infecção grave na época e foi atendida.
“Quando ela acabou o terçou, ela ouviu a voz da tia Zélia dizendo: ‘valeu’. Quando chegou de manhã, disse: ‘meu Deus, não fui ver Cecilia’. E foi correndo no meu quarto e as placas que estavam na garganta tinham caído, desaparecido”, conta Cecília de Britto Pereira, sobrinha-neta de Zélia.
A partir de agora, a história de Zélia e Jerônimo vai ficar mais conhecida. E o casal já conquista novos devotos.
“A vida deles toda foi servindo a Deus, então é muito bonito”, diz uma mulher.
Nesta primeira etapa, a Arquidiocese do Rio vai recolher documentos e ouvir testemunhas. Depois, encaminhar ao Vaticano. A beatificação depende de um milagre.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/brasil-pode-ter-primeiro-casal-de-beatos-zelia-e-jeronimo.html