"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os Pais: primeiros mestres

«Os pais são os primeiros mestres dos seus filhos; 
é nos braços paternos e no regaço materno
que os filhos, ainda inocentes,
devem aprender a pronunciar
o Santo Nome de Deus,
a levantar ao Céu as suas mãozinhas puras
para orar,
a sorrir com a sua candura infantil
para as imagens do Pai e da Mãe do Céu.
É aos pais que compete guiar
os passos de seus filhos
pelos caminhos rectos da Lei de Deus
e confiá-los, segundo as suas posses e a própria condição,
a mestres competentes
que os não desviem do caminho iniciado.
Todos os lares
devem ser a primeira escola para os filhos,
onde eles aprendem a conhecer a Deus
e a aproximar-se d'Ele
pelos sacramentos
e pela oração.»


Serva de Deus Ir. Lúcia de Jesus, Apelos da Mensagem de Fátima, cap. 1


Senhor que a nós, Pais,
nos destes as nossas crianças,
ajudai-nos a compreender, sempre mais,
que no-las concedestes como um dom,
que elas são nossas,
mas são acima de tudo Vossas
e põem permanentemente os olhos em nós, seus Pais,
como modelos a seguir
e caminho a percorrer para chegar a Vós.
Que sejamos para elas bons modelos, mestres e guias
para as orientarmos para Vós, Senhor,
pois só em Vós se encontra a verdadeira felicidade
e todo o Bem Presente e Futuro.


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terça-feira, 7 de agosto de 2012


Luís Martin   e   Zélia
(1823-1894)       (1831-1877)

Matrimônio - 13 de julho de 1858, em Alençon.
De 1860 a 1873 geraram 9 filhos
dos quais quatro morreram com pouca idade,
ficando cinco filhas que se fizeram religiosas,
quatro carmelitas e uma visitandina.

Declarados Beatos pelo Papa Bento XVI
a 19 de outubro de 2008, em solenidade realizada
na Basílica de Santa Teresinha (sua filha), em Lisieux.


ORAÇÃO PARA SOLICITAR A INTERCESSÃO DO CASALDE BEATOS LUÍS E ZÉLIA MARTIN
(pais de Santa Teresinha do Menino Jesus)

Deus, nosso Pai, eu Vos rendo graças por causa das vidas dos Beatos Luís e Zélia Martin.
Unidos em Matrimônio, o casal deu a todos um belo testemunho de vida cristã exemplar
pelo exercício de seus deveres de estado e pela prática das virtudes evangélicas.
Na educação de uma família numerosa, através de provações, mortes e sofrimentos,
manifestaram generosamente sua confiança em Vós, Senhor da vida, e submissão
à Vossa vontade.
A Igreja já reconheceu suas virtudes heróicas e sua santidade. Eles se constituem exemplo
para as famílias de nossos dias.
Dignai-Vos, Senhor, conceder-me a graça que eu venho agora Vos pedir, pela intercessão deles:
( apresentar a graça que se deseja ). E, ainda, dignai-Vos, fazer conhecido plenamente
Vosso desígnio sobre eles permitindo dessa maneira sua canonização. Amém.

Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Beatos Luís e Zélia Martin, rogai por nós.
Santa Teresinha, rogai por nós.

sábado, 14 de julho de 2012

Mãe brasileira adia tratamento de câncer e salva seu bebê do aborto


São Paulo, Julho 2012 (ACI/EWTN Noticias)- "Simone Calixto uma mãe brasileira que se recusou a submeter-se a um aborto, como sugeriram os médicos em Ontario (Canadá) após o diagnóstico de câncer de mama que recebeu quase ao mesmo tempo que soube que estava grávida. Depois de optar pela vida de sua pequena viajou ao Brasil onde completou seu tratamento e teve seu bebê.

Os médicos canadenses indicaram a Simone, uma médica de 39 anos, que abortasse, pois sua gestação incrementava o tamanho do tumor em seu peito devido aos hormônios.
“Eles me disseram que a gravidez estava alimentando o tumor com hormônios, que dificilmente o bebê sobreviveria e que o mais seguro era interromper a gestação para poder fazer o tratamento correto”, disse Simone em entrevista ao Jornla O Estado de São Paulo.

Tal como recorda Simone, os médicos do melhor hospital de Ontario, a cidade em que residia, disseram-lhe que sem este passo (o aborto) não poderiam oferecer-lhe o tratamento.
"Se naquele centro de referência eles tinham essa conduta, percebi que em nenhum outro hospital seria diferente", lamentou a mãe brasileira na sua entrevista ao “Estadão”.

Pressionada pela urgência de uma decisão para o procedimento, Simone afirmou que sentiu que ia morrer: “Senti que ia morrer, minha alma agonizava", disse ao jornal paulistano.

Diante da situação, Simone Calixto decidiu usar o sonar, um aparelho que permite escutar os batimentos do coração do bebê no útero.
"Coloquei o sonar na barriga e em dez segundos comecei a ouvir o coraçãozinho. Senti que ele estava bem vivo", afirmou.

Além disso, Simone recordou ter visto um programa de televisão brasileiro, no qual apresentaram um caso similar ao seu no qual o bebê nasceu são. Logo contatou o doutor Waldemir Rezende o especialista citado na notícia e viajou ao Brasil.

Em seu país natal, Calixto chegou às 36 semanas de gravidez e deu à luz através de uma cesárea. O súbito crescimento do tumor em seu peito, apesar da quimioterapia realizada, a obrigou a adiantar o parto.

A pequena Melissa nasceu sã, com apenas uma leve dificuldade respiratória. Posteriormente extirparam o tumor no seio de Simone.
Simone agora deve enfrentar uma bateria de exames que não puderam ser feitos durante a gravidez, como tomografias e mais sessões de químio.
"O mais difícil já passou. A Melissa é um milagre, uma promessa que se cumpriu", afirmou Simone em sua entrevista."

Fonte:
http://www.acidigital.com/noticia.php?id=23870

Carta de um Cardeal aos casais em situação de separação, divórcio e nova união.

Aos casais em situação de separação, divórcio e nova união

«O Senhor está próximo daqueles que têm o coração ferido»

Carta do Cardeal Arcebispo de Milão, Dionigi Tettamanzi, aos casais em situação de separação, divórcio e nova união.
 
Caríssimos irmãos e irmãs,
 
Há muito tempo que cultivo o desejo de dirigir-me a vós de uma forma o mais directa e pessoal possível. Gostaria, na verdade, de pedir-vos autorização para entrar na vossa casa como um irmão e solicitar um pouco do vosso tempo. Faço-o agora com esta minha carta que pretende ser simples e familiar, quase ao jeito de pedido, para sentar-me ao vosso lado num diálogo que espero agradável e possa também continuar no tempo. Quantos de vós são crentes e se sentem pertencentes à Igreja e reconhecem no Bispo também um pai e um mestre. Sinto muito perto do meu coração, de mim Bispo, aqueles baptizados que porventura já não se consideram crentes ou que se sentem excluídos da grande comunidade dos discípulos do Senhor, por incompreensão ou desilusão. Queria, portanto, encontrar-me com uns e com outros, e com todos vós abrir um diálogo para partilhar brevemente as alegrias e os cansaços do nosso caminho comum; para sentir e escutar um pouco do vosso quotidiano; para deixar-me interpelar pelas vossas interrogações; para vos confiar os sentimentos e os desejos que sinto no meu coração diante de vós. Desta forma, lendo esta página, vós abris um pouco a porta da vossa casa e permitis que entre! Ao mesmo tempo, também eu, escrevendo estas páginas, me abro a vós no desejo de uma recíproca confidência.
 
A IGREJA ESTÁ PRÓXIMA DE VÓS
Antes de mais quero dizer-vos que não nos podemos considerar reciprocamente estranhos: vós, para a Igreja e para mim Bispo, sois irmãs e irmãos amados e desejados. E este meu anseio de entrar em diálogo convosco reveste-se de um sincero afecto e da consciência de que em vós existem perguntas e sofrimentos que muitas vezes vos parecem negligenciadas ou ignoradas pela Igreja. Quero por isso dizer-vos que a comunidade cristã está atenta à vossa angústia humana. É certo que alguns de vós tiveram já uma experiência de alguma insensibilidade na relação com a realidade eclesial: ou porque não vos compreenderam nessa situação por si difícil e dolorosa; ou talvez porque não encontraram ninguém pronto para escutar e ajudar; outras vezes escutastes palavras que tiveram sabor a julgamento sem misericórdia ou de condenação sem apelo. Por isso, muitos de vós alimentaram a ideia de serem abandonados e excluídos. A primeira coisa que queria dizer-vos, sentando-me ao vosso lado, é isto: «A Igreja não vos esqueceu! Nem porventura vos exclui ou vos considera indignos». Vêm-me à mente as palavras de esperança do Papa João Paulo II dirigidas às famílias provenientes de todo o mundo por ocasião do seu Jubileu no ano 2000: «diante de tantas famílias desfeitas, a Igreja sente-se chamada a iluminar com a luz da palavra de Deus as chagas provocadas por tantos dramas, acompanhada do testemunho da sua misericórdia e não exprimindo juízos frios e distantes». Se porventura encontrastes no vosso caminho homens e mulheres da comunidade cristã que de alguma forma vos feriram com a sua atitude ou com as suas palavras, desejo dizer-vos quanto o lamento e confio a todos e cada um à misericórdia do Senhor. Enquanto cristãos sentimos por vós um afecto particular, como de pais que olham com atenção e dedicação para o filho que está em dificuldade e a sofrer, ou como o afecto dos irmãos que se fortalecem com maior delicadeza e profundidade, depois de por muito tempo terem sentido dificuldade em compreender-se e falar-se abertamente.
 
A VOSSA FERIDA É TAMBÉM NOSSA
Queria agora ser capaz de escutar as vossas perguntas e as vossas reflexões. Também nós sabemos que o fim de uma relação de casal para a maior parte de vós não foi uma decisão tomada com facilidade, muito menos com ligeireza. Foi um passo que trouxe sofrimento à vossa vida, um facto que vos interrogou profundamente sobre o porquê da falência desse projecto no qual acreditastes e no qual investistes muitas das vossas energias. Certamente a decisão deste passo deixa feridas que demoram a cicatrizar. Talvez venham à mente dúvidas sobre a possibilidade de finalizar qualquer coisa de grande na qual se depositou forte esperança; inevitavelmente surge a pergunta sobre as eventuais responsabilidades; torna-se aguda a dor de sentir-se traído na confiança colocada no companheiro ou na companheira que se escolheu para toda a vida; fica-se preso a um sentido de insuficiência em relação aos filhos envolvidos num sofrimento no qual não têm responsabilidade Conheço estas inquietações e asseguro-vos que exprimem uma dor e uma ferida que toca toda a comunidade eclesial.
O finalizar de um matrimónio é também para a Igreja um motivo de sofrimento e fonte de grandes interrogações: porque razão o Senhor permite que se quebre aquele vínculo que é o ‘grande sinal’ do seu amor total, fiel e indestrutível? E como nós teríamos ou deveríamos talvez ter estado próximos destes esposos? Fizemos com eles um caminho de verdadeira preparação e de verdadeira compreensão do significado do pacto conjugal no qual se uniram reciprocamente? Acompanhamo-los com delicadeza e atenção no seu itinerário de casal e de família, antes e depois do matrimónio? Estas interrogações e esta dor, partilhamo-las convosco e tocam-nos profundamente porque dizem respeito a algo que nos está próximo: o amor, enquanto valor máximo na vida de todos e de cada um. Penso que, como esposos cristãos, podeis compreender em que medida tudo isto nos toca profundamente. Pedistes para celebrar o vosso pacto nupcial na comunidade cristã, vivendo-o como um sacramento, o grande sinal eficaz que torna presente no mundo o próprio amor de Deus. Um amor total, indestrutível, fiel e fecundo, como é o amor de Cristo por nós. E celebrando o vosso matrimónio, a comunidade cristã reconheceu em vós esta nova realidade e invocou a graça de Deus para que este sinal permanecesse como luz e anúncio alegre para aqueles que vos encontram. Quando este laço se quebra, a Igreja encontra-se de alguma forma empobrecida, privada de um sinal luminoso que devia ser de alegria e de consolação. Por isso a Igreja não vos olha como estranhos que faltaram a um pacto mas sente-se participante dessa angústia e dessas interrogações que vos tocam tão intimamente. Podereis agora compreender, juntamente com os vossos sentimentos, também os nossos.
 
PERANTE A DECISÃO DE SEPARAR-SE
Queria agora colocar-me ao vosso lado e tentar pensar convosco sobre os vários passos e as muitas provações que vos conduziram à interrupção da vossa experiência conjugal. Posso só tentar imaginar que antes desta decisão experimentaste dias e dias de cansaço na vida de casal; nervosismos, impaciências e intolerância, desconfiança recíproca, por vezes falta de transparência, sentido de traição, desilusão perante uma pessoa que se revelou diferente de como era conhecida ao início. Estas experiências, quotidianas e repetidas, terminam com o tornar a casa não mais um lugar de afectos e de alegria mas uma pesada prisão que parece tirar a paz ao coração. Termina-se com o levantar da voz, talvez também com faltas de respeito, e achar impossível qualquer concórdia. E sente-se que não se pode mais continuar a vida juntos. Não, a decisão de interromper a vida matrimonial não pode em caso algum ser considerada uma decisão fácil e indolor! Quando dois esposos de separam, levam no coração uma ferida que marca, de uma maior ou menor forma, a sua vida, a dos seus filhos e de todos aqueles que os amam (pais, irmãos, parentes, amigos). A Igreja compreende também esta ferida. Também a Igreja sabe que em certos casos não é somente lícito mas até inevitável tomar a decisão de separar-se: para defender a dignidade da pessoa, para evitar traumas mais profundos, para garantir a grandeza do matrimónio, que não pode transformar-se num insustentável desfiar de asperezas recíprocas.

NÃO À RESIGNAÇÃO
Diante de uma decisão tão séria é importante, porém, que não vençam a resignação e a vontade de fechar demasiado rapidamente esta página. A separação pode tornar-se, de outro modo, uma ocasião para olhar a vida conjugal com mais amplitude e talvez com mais serenidade. Não é oportuno – assim nos ensina um sábio da vida espiritual – tomar decisões definitivas quando a nossa alma está carregada de inquietações ou tribulações. Não está dito que tudo esteja perdido: existem porventura ainda energias para compreender o que aconteceu na própria vida de casal e de família; talvez ainda se possa desejar e escolher uma ajuda sábia e competente para recomeçar uma nova fase de vida em casal; ou talvez haja somente espaço para reconhecer honestamente as responsabilidades que comprometeram decisivamente esse pacto de amor e de dedicação inerente ao matrimónio. Existem sempre responsabilidades. E se muitas vezes as imputamos rapidamente ao ambiente, à sociedade, ao acaso, na verdade sabemos que também existem as nossas responsabilidades individuais. Ainda que não desejadas, ainda que sem maldade mas somente por superficialidade, existem gestos, palavras, hábitos e escolhas que pesaram e contribuíram para uma determinada fuga da vida a dois. Quantos esposos se encontram sós e sentem esta situação como uma grande injustiça: ‘eu não tive culpa! Eu não o quis! Eu fiz tudo o que era possível!’.

A PALAVRA DA CRUZ
Quantos, à luz da verdade, percebem que tiveram uma determinada responsabilidade, mesmo que grave, no dissipar do tesouro do próprio matrimónio. Queria fraternalmente pedir que acolhessem o apelo do amor misericordioso de Deus, que nos julga com verdade, que nos chama à conversão, que nos cura e salva com a proposta de uma vida nova. Reconhecer esta responsabilidade não significa viver num inútil e grave sentido de culpa. Quer dizer, por outro lado abrir a própria vida à liberdade e à novidade que o Senhor nos faz experimentar quando, de todo o coração, nos dirigimos e regressamos ao seu amor. E tudo aquilo que ainda é possível ser feito para remediar as consequências negativas no que diz respeito à própria família, para mudar a própria vida... tudo isto deve ser feito com coragem e dedicação. Àqueles esposos que, por outro lado, sentiram a crise do seu matrimónio como uma grande injustiça, quero dizer que, enquanto cristãos, não podem esquecer a dolorosa mas vivificante palavra da cruz. A partir daquele terrível lugar de dor, de abandono e de injustiça o Senhor Jesus revelou a grandeza do seu amor como perdão gratuito e como oferta de si. Como Bispo, e primeiramente como cristão, não posso esquecer esta Palavra, sentindo contudo a necessidade de oferecê-la discretamente como uma palavra que, mesmo fazendo sangrar o coração e a vida, não está desprovida de fruto e de sentido. E mesmo se tendes de levar para cada celebração eucarística somente esse empenho de entender e de perdoar, na verdade tendes já um tesouro para oferecer, com Cristo, no memorial da Sua Cruz: o humilde abandono da vossa pobreza. Nas dolorosas páginas da vossa vida, as crianças são muitas vezes as protagonistas inocentes mas nem por isso menos implicadas. São-no também os filhos mais velhos que vêem desabar as suas certezas afectivas na idade da adolescência e muitas vezes pressentindo com mais dificuldade, no seu amanhã, a possibilidade de realização dos seus sonhos de um verdadeiro amor. Mas a esperança não desaparece: cada dia podemos ver à nossa volta exemplos heróicos de pais que, mesmo sós, fazem crescer e educam os seus filhos com amor, sabedoria e dedicação. Agradeço a estas mães e pais que nos dão um grande exemplo. Agradeço-lhes, admiro-os e espero que as nossas comunidades sejam um verdadeiro apoio para as suas eventuais necessidades. Ao mesmo tempo peço a todos os pais separados que não tornem ainda mais difícil a vida dos seus filhos, privando-os da presença e da justa estima do outro progenitor e da sua família de origem. Os filhos têm a necessidade e o direito, mesmo dentro dos mais recentes quadros legislativos, quer do pai quer da mãe em vez de inúteis vinganças, ciúmes e friezas. Tudo o que disse até aqui em relação às situações de separação, tem ainda maior validade para quem fez a escolha, tantas vezes repentina e quase não pensada do divórcio, escolha esta seguida de uma nova união. Vale ainda para quem não esteve envolvido directamente num facto de separação ou divórcio, mas vive em situação de casal com uma pessoa separada ou divorciada. Ainda pensando nestas pessoas queria colocar-me uma última interrogação, que me está muito perto do coração e que desejo partilhar convosco com muita sinceridade.

EXISTE LUGAR PARA VÓS NA IGREJA?
Que espaço existe, na Igreja, para os casais que vivem a separação, o divórcio ou uma nova união? Será verdade que a Igreja vos exclui para sempre da sua vida? Mesmo que a doutrina do Papa e dos Bispos seja clara e repetida muitas vezes, ainda se escuta este julgamento: ‘a Igreja excomungou os divorciados! A Igreja coloca fora da porta os esposos que se separaram!’ Este julgamento está de tal maneira enraizado que muitas vezes os próprios esposos em crise se distanciam da vida da comunidade cristã por medo de serem recusados e julgados dessa maneira. Quero permanecer fiel ao meu propósito de falar-vos com simplicidade fraterna e sem prolongar-me em demasia e assim vos proponho de novo o ponto decisivo desta reflexão que é a palavra de Jesus, à qual, como cristãos, devemos permanecer fiéis. Nesta palavra encontramos a resposta à nossa interrogação.

A PALAVRA DO SENHOR SOBRE O MATRIMÓNIO
Jesus falou também do matrimónio e falou-nos como uma radicalidade tal que surpreendeu até mesmo os primeiros discípulos, muitos dos quais provavelmente eram casados. Jesus afirma que a união de esposos entre um homem e uma mulher é indissolúvel (cf. Mateus, 19, 1-12) porque nesta união de matrimónio se apresenta o projecto original de Deus sobre a humanidade, isto é o desejo de Deus de que o homem não fique só, mas que viva uma vida de comunhão duradoura e fiel. Esta é a própria vida de Deus que é Amor, um amor fiel, indissolúvel e fecundo de vida, que tem a sua imagem, como sinal luminoso, no amor recíproco entre um homem e uma mulher. E assim, afirma Jesus, «não são mais duas, mas uma só carne. Não separe o homem aquilo que Deus uniu,» (v. 6) A partir daquele dia a palavra de Jesus não pára de provocar-nos e de inquietar-nos. Já naquele momento os discípulos ficaram escandalizados pela perspectiva de Jesus, quase protestando que, se o matrimónio é um chamamento de tal maneira alto e exigente, talvez «não seja conveniente casar-se» (v. 10). Mas Jesus não nos deixa baixar os braços e dá-nos confiança: «quem pode compreender, compreenda» (v. 11), perceba que esta exigência não é feita para assustar, mas para demonstrar a grandeza do chamamento do ser humano, segundo o desígnio de Deus criador. Esta grandeza é exaltada depois quando a união conjugal é celebrada na Igreja como sacramento, sinal eficaz do amor esponsal que une Cristo à sua Igreja. Jesus não nos pede o impossível e oferece-se a si mesmo como caminho, verdade e vida do amor. A palavra de Jesus e o testemunho de como Ele viveu o seu amor por nós são a referência única e constante para a Igreja de todos os tempos. Esta Igreja que nunca se sentiu autorizada a desfazer uma união matrimonial sacramental celebrada validamente e expressa em plena e íntima união dos esposos, tornando-se desse modo ‘uma só carne’. Esta obediência à palavra de Jesus é a razão pela qual a Igreja considera impossível a celebração sacramental de um segundo matrimónio depois de se terem interrompido a primeira união esponsal.

PORQUÊ ABSTER-SE DA COMUNHÃO EUCARÍSTICA?
É sempre a partir do sentido da palavra do Senhor que deriva a indicação da Igreja em relação à impossibilidade de aceder à comunhão eucarística por parte dos esposos que vivem estavelmente uma segunda união. Mas porquê? Porque na Eucaristia temos o sinal do amor esponsal indissolúvel de Cristo por nós; esse amor que vem objectivamente negado no ‘sinal contraditório’ dos esposos que terminaram uma experiência matrimonial e vivem uma segunda união. Compreendei, desta maneira, que a norma da Igreja não exprime um juízo sobre o valor afectivo e sobre a qualidade da relação que une os divorciados recasados. O facto de que estas relações sejam vividas, muitas vezes, com sentido de responsabilidade e com amor no casal e em relação aos filhos não é ignorada pela Igreja e pelos seus pastores. Não existe um juízo sobre as pessoas e sobre as suas vivências mas uma norma necessária pela razão de que estas novas uniões na sua realidade objectiva não podem exprimir o sinal do amor único, fiel e indiviso de Jesus pela Igreja. É claro que a norma que regula o acesso à comunhão eucarística não se refere aos cônjuges em crise ou simplesmente separados: segundo as devidas disposições espirituais, esses podem regularmente aproximar-se dos sacramentos da confissão e da comunhão eucarística. O mesmo pode dizer-se também daqueles que tiveram de suportar injustamente o divórcio, mas consideram o matrimónio celebrado religiosamente como único na vida e a esse querem permanecer fiéis. É todavia errado interpretar a norma que regula o acesso à comunhão eucarística, como se significasse que os cônjuges divorciados e recasados fossem excluídos de uma vida de fé e de caridade efectivamente vivida dentro da comunidade eclesial.

NO CORAÇÃO DA VIDA DE FÉ SOB O SINAL DA EXPECTATIVA
A vida cristã tem, na realidade, o seu vértice na participação plena na Eucaristia, mas não é redutível somente ao seu vértice. Como numa pirâmide, mesmo que privada do seu vértice, a massa sólida não cai, mas permanece. Poder participar plenamente na Eucaristia é certamente para os cristãos de singular importância e de grande significado, mas a riqueza da vida da comunidade eclesial, que é constituída de muitíssimas coisas partilhadas por todos, permanece à disposição também daqueles que não podem aproximar-se da santa Comunhão. A própria participação na celebração eucarística no Dia do Senhor, comporta antes de mais a escuta atenta da palavra de Deus e a invocação comunitária do Espírito para que nos torne capazes de revivê-la com fidelidade na expectativa do Senhor que vem. Mais propriamente, em particular, é a expectativa da vinda do Senhor e do encontro definitivo com Ele que está no coração da fé cristã, como nos diz a Igreja na sua liturgia imediatamente antes da comunhão eucarística: «enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador». Ele na verdade já veio mas deve vir de novo e manifestar em plenitude a glória do seu reino de amor. E nós somos já filhos de Deus mas aquilo que realmente somos ainda não está manifestado em todo o seu esplendor. Peço-vos, por isso, que participeis com fé na celebração eucarística, mesmo que não possais aproximar-vos da comunhão: será para vós um estímulo para que intensifiqueis nos vossos corações a expectativa do Senhor que virá e o desejo de encontrá-lo pessoalmente com toda a riqueza e pobreza da nossa vida. Nunca esqueçamos: a Missa sempre contém pela sua natureza uma ‘comunhão espiritual’ que nos une ao Senhor e, Nele, nos une aos nossos irmãos e irmãs que se aproximam da Sua mesa. O Papa Bento XVI, numa recente carta, depois de ter reafirmado a não admissão dos divorciados recasados à comunhão eucarística, continuou dizendo que os mesmos ‘apesar da sua situação, continuam a pertencer à Igreja que os segue com particular atenção, no desejo que cultivem, quanto possível, um estilo de vida cristã através da participação na santa Missa - embora sem receber a Comunhão -, na escuta da Palavra de deus, na Adoração Eucarística, na oração, na participação na vida comunitária, no diálogo confiante com um sacerdote ou um mestre de vida espiritual, na dedicação à caridade, nas obras de penitência, no empenho educativo dos filhos» (Sacramentum caritatis, n. 29). Peço-vos por isso, casais divorciados e recasados, que não vos afasteis da vida da fé de da vida da Igreja. Peço-vos que participeis na celebração eucarística no Dia do Senhor. Também a vós é dirigido o chamamento à novidade de vida que nos é dada pelo Espírito. Também à vossa disposição estão os muitos meios da Graça de Deus. Também de vós a Igreja espera uma presença activa e uma disponibilidade no serviço de quantos têm necessidade da vossa ajuda. E penso sobretudo na grande tarefa educativa que como pais muitos de vós sois chamados a desenvolver, e, no estabelecer de relações positivas com as famílias de origem. Penso também no testemunho simples, ainda que difícil, de uma vida cristã fiel à oração e à caridade. Penso ainda como vós mesmos, a partir da vossa experiência concreta, podereis ser de grande ajuda aos outros irmãos e irmãs que atravessam momentos e situações parecidas com as vossas. Em particular, em relação a alguns de vós, repito o que escreveu João Paulo II: «é imperativo reconhecer também o valor do testemunho daqueles cônjuges que, mesmo tendo sido abandonados pelo outro cônjuge, com a força da fé e da esperança cristã não partiram para uma nova união: também estes cônjuges dão um autêntico testemunho de fidelidade, do qual o mundo de hoje tem grande necessidade. Por esse motivo devem ser encorajados e ajudados pelos pastores e pelos fiéis da Igreja» (Familiaris consortio, n. 20). Com todos vós, fazendo minhas as palavras dos Bispos da Igreja da Lombardia, peço ao Espírito Santo «que nos inspire gestos e sinais proféticos que tornem claro a todos que ninguém está excluído da misericórdia de Deus, que nunca ninguém é abandonado por Deus, mas sempre procurado e amado. A consciência de ser amado torna possível o impossível» (Carta às famílias, n. 28).
 
O SENHOR, QUE ESTÁ NO MEIO DE NÓS, ESTÁ PRÓXIMO DE VÓS
Concluo esta minha carta, na qual procurei colocar o meu coração próximo do vosso, caríssimos esposos que atravessais situações difíceis, de crise, de separação ou que vos recasastes civilmente depois do divórcio. Não tenho a pretensão de compreender tudo aquilo que está no vosso coração, nem de ter dado resposta às muitas interrogações que teríeis para colocar! No entanto, creio que iniciámos um diálogo em que nos podemos compreender com mais amor e verdade recíprocos. Espero que seja um diálogo que continue, com a simplicidade e o amor que me guiaram para escrever esta carta. Um canal privilegiado poderá ser o diálogo com os vossos sacerdotes. Convido-vos a que os procureis, a que dialogueis com eles, a que confieis neles. Para alguns de vós talvez não seja fácil reconstruir uma relação serena com a Igreja senão depois de falardes com toda a liberdade e sinceridade com um sacerdote da vossa confiança. Não peçais aos sacerdotes que vos indiquem soluções fáceis ou escapatórias superficiais. Procurai nos vossos padres os irmãos que vos ajudam a compreender e a viver com simplicidade e fé a vontade de Deus: convosco saibam escutar a palavra de Deus, que é exigente mas sempre vivificante; que vos ajudem a prosseguir, também nestes momentos, em comunhão com a Igreja. Sempre numa perspectiva de diálogo, desejo-vos de coração que encontreis também casais e famílias cristãs que, cheias de humanidade e de fé, vos saibam acolher, escutar e caminhar convosco na estrada que todos somos chamados e percorrer na vida: a estrada do amor por Deus e pelo próximo. Agradeço-vos por me terdes acolhido realmente em vossa casa. Rezo convosco ao Senhor para que nos dê sempre a possibilidade de, juntos como irmãos e irmãs, experimentarmos a certeza consoladora e fortalecedora de que: «o Senhor está próximo daqueles que têm o coração ferido» (Salmo 34, 19) e de que o seu amor está sempre no meio de nós!

+ Dionigi card. Tettamanzi
Arcebispo de Milão Milão, Epifania do Senhor 2008 
Tradução Pastoral Familiar - Braga
Fonte:

Um casal testemunha como entregou uma semana de férias a Cristo

Férias com Cristo
"Somos o casal Susana e João, com 39 e 44 anos, respetivamente. Estamos casados há 14 anos e temos dois filhos de 8 e 11 anos.
Até há sete anos, o nosso protótipo de férias era descansar de um ano de trabalho recarregando as baterias para o que se aproximava, aproveitando o tempo para estar em família e com amigos e, se possível, viajar e conhecer um pouco mais do Mundo (uma ideia comum à maioria das pessoas).

Mas tudo mudou quando o sacerdote da nossa paróquia lançou o convite para uma peregrinação a pé durante uma semana a Fátima, por ocasião da festa aniversária do 13 de outubro. Ora, peregrinar a Fátima foi algo que desejávamos fazer em casal, pois o João já tinha ido sozinho e sempre o quis fazer comigo, mas havia muitas condicionantes que nos faziam vacilar. A maior dela foi onde arranjar uma semana de férias quando já tinham sido gozadas. Mas a Deus não há impossíveis … e é verdade.

No nosso caso, aconteceu através de um trabalho extraordinário que surgiu no serviço, o qual tinha de ser feito fora do horário de trabalho, e a partir de casa, em que a remuneração seriam dias de férias extra (a instituição não dispunha de meios financeiros para pagar aos colaboradores). E o tempo era o bem mais precioso que desejávamos naquele momento.
Com a ajuda dos avós e a colaboração do infantário dos nossos filhos, pusemo-nos à estrada no dia 7 de outubro de 2005, assente num tripé de sacrifício, jejum e oração, tal como Nossa Senhora pediu aos pastorinhos e eles tão bem cumpriram. E a maior surpresa foi que no caminho de Fátima nos deparámos com a peregrinação da nossa vida terrena. De modo especial fomos convidados a fazer o dia do silêncio, o dia do outro, o dia da igreja e o dia da missão (e por esta ordem).

Começamos com o dia do silêncio (não falar mesmo) para podermos parar, serenar o rebuliço que anda dentro de nós e não nos deixa perceber o que realmente sentimos e, principalmente, escutar o próprio Deus que nos fala. Depois vem o outro que Deus nos põe na vida (pais, cônjuge, filhos, colegas de trabalho). Consciencializarmo-nos de que não estamos sozinhos no mundo, pois vivemos em Igreja que nos concede o Espírito Santo que nos orienta e guarda, assim nós peçamos a sua proteção. Por fim, percebermos que todos temos uma missão em casa, na família, na igreja, no mundo. Não vivemos para nós mesmos.

Neste percurso somos impelidos a reconciliar-nos com o Pai do Céu que tanto amor tem por nós e que não desiste de nos tornar santos. Quanto pecado recalcado, endurecido, habita no nosso ser e que nós humanos julgamos não merece perdão. Deus tudo apaga querendo começar de novo, daí ser fundamental o acompanhamento e orientação do sacerdote.
Percebemos que, em cada dia, Deus nos oferece um grande presente que é acordar de manhã e ter um hoje (que não foi o ontem, nem será o amanhã) para sermos imagem de Cristo.

Desde esta altura que passámos a sentir a necessidade de entregar uma semana das nossas férias a Cristo. Não interessa onde, nem como, mas temos de parar. Procuramos fazê-lo em casal, os dois e sem filhos (mas houve anos em que não foi possível, neste caso vai um primeiro e o outro depois).
Estes momentos têm-nos ajudado à união do casal, lembramos que o matrimónio não é feito entre duas pessoas, mas um compromisso assumido a três. Nestas ocasiões deixamos que Deus realmente penetre na nossa relação. Como? Esvaziando-nos de nós e dando espaço a Deus para entrar, e estando o casal presente em simultâneo há coisas que Deus diz diretamente aos dois e já não é preciso um transmitir ao outro …. e por melhor orador que sejamos nada se compara ao discurso de Deus.

Quando no início começamos a marcar férias para Deus, as reações dos colegas de trabalho foram de surpresa e alguma troça. Mas quando regressamos, eles dizem que vimos diferentes com mais vida e mais felizes. E chegam a comentar connosco que também precisavam de fazer algo parecido, pois as férias deles não lhes tiram a preocupação e inquietação da vida. Nós propomos que embarquem na mesma aventura, mas muitos receios ainda se lhes levantam.
Também os nossos filhos, no princípio, não percebiam porque é que os pais iam estar uma semana longe. Agora já são eles que nos pedem se podem vir connosco. Dizem que vimos com mais paciência e com mais tempo para eles.

E quanto mais “cheiramos Deus” mais queremos “cheirar a Deus”. E a fasquia vai subindo sem darmos conta… desejamos passar uma semana em família na Comunidade de Taizé e, quem sabe, um mês em missão com os Leigos para o Desenvolvimento.
No ano passado, estivemos em retiro uma semana na casa dos espiritanos em Barcelos, a que se seguiram três semanas nas férias do mundo. Quando voltámos ao trabalho, dizíamos que tinham sido seis semanas de férias, pois a primeira tinha valido por três!"
Fonte:
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=91705

domingo, 24 de junho de 2012

Famílias com dois ou mais filhos são mais felizes, assegura autoridade vaticana

MADRI (ACI/EWTN Noticias)- O Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Antonelli, assinalou que uma pesquisa feita por este dicastério revelou que as famílias que têm dois ou mais filhos são as que se declaram mais felizes e são as que mais contribuem à sociedade.

Durante sua participação no VI Congresso Mundial das Famílias, que se realizou do dia 25 ao 27 de maio em Madri (Espanha), o Cardeal Antonelli se adiantou uma semana à apresentação do documento, que será feita durante o Encontro Apostólico Mundial das Famílias com o Papa Bento XVI, em Milão.

A autoridade vaticana assinalou que, ante as alternativas de cuidar da família ou trabalhar, "a mulher não deve ser forçada a escolher entre uma e outra esfera. A contribuição da mulher à sociedade é indispensável".

"Conciliar família e trabalho é uma responsabilidade de ambos os cônjuges. É decisão de ambos determinar quanto tempo cada um tem que ter para dedicar-se à casa e quanto tempo para dedicar-se ao trabalho".

O Cardeal Antonelli indicou que a família natural é um bem para as pessoas e para a sociedade, por isso "permanecerá sempre. Não é uma instituição do passado, mas sim e sobre tudo, do futuro".

Para o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, a estrutura essencial da família é válida sempre, e remarcou a importância de que o matrimônio sempre esteja aberto ao dom da vida.

Ao referir-se aos ataques contra a família, o Cardeal assinalou que ante o predomínio do discurso relativista, prevalece a consideração da lei natural.

"O positivismo jurídico assegura que o único que vale é a lei da maioria. Não é certo. A razão descobre que ser homem ou ser mulher não é somente um fato fisiológico. A pessoa humana é uma unidade corpórea e espiritual", afirmou.

Fonte: ACI Digital

Assembleia da Pastoral Familiar aprovará Encontros de Preparação de Noivos para o Matrimônio

XVII Assembleia da Pastoral Familiar aprovará as orientações do documento para os Encontros de Preparação de Noivos

Pela primeira vez na história da Arquidiocese foi organizado um documento de autoria própria. Por isso, todas as lideranças são convidadas a dar a sua contribuição


    Acontece no dia 1° de julho na Faculdade Bagozzi, em Curitiba (PR), a XVII Assembleia Arquidiocesana da Pastoral Familiar, promovida pela Comissão Família e Vida. A Assembleia aprovará as orientações do documento para os Encontros de Preparação de Noivos para o Matrimônio.
    Com início às 8 horas, ela é destinada a todos os agentes paroquiais da Pastoral Familiar, demais lideranças pastorais e aos párocos e coordenadores de Setor da Arquidiocese. A Assembleia se inicia com a Santa Missa, presidida por Dom João Carlos Seneme, bispo auxiliar e referencial da Comissão, e segue até às 18 horas, com palestra, momentos para discussões em grupo e plenária de encerramento. A palestra tratará do tema: “Preparação de noivos, oportunidade de evangelizar”, assessorado pela coordenação do Instituto Nacional da Pastoral Familiar (INAPAF), com sede em Brasília..
    Pela primeira vez na história da Arquidiocese de Curitiba, foi organizado um documento de autoria arquidiocesana para os Encontros de Noivos, ou seja, formulado a partir da realidade local da igreja, em consonância com o plano da ação evangelizadora. O documento é resultado do estudo e da experiência de pelos menos 15 anos do Setor Pré-Matrimônio, pertencente à Comissão Família e Vida. A sua qualidade somou-se também a contribuição dos dois subsídios fornecidos pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar: “Setor Pré-Matrimonial” e “Guia de Preparação para a Vida Matrimonial”. Ao todo, foram 3 meses de estudo para a apresentação deste material, entregue em maio às paróquias e capelas para apreciação e análise.
    Até a data da Assembleia, a Comissão Família e Vida pede às comunidades que tomem nota do documento e o analisem, a fim de agilizar o processo de aprovação das orientações no dia 1°. As inscrições seguem até o dia 25 de junho por meio da ficha de inscrição (em anexo) , que deve ser preenchida e repassada à coordenação das Comissão, Afonso e Janete Miotto (afonjanepf@yahoo.com.br). O valor é de R$ 30,00 por pessoa para a refeição, que pode ser acertado no dia.
A Faculdade Bagozzi fica na Rua Caetano Marchesini, 952, Portão - Curitiba (PR). Dúvidas e mais informações com a coordenação, Janete Miotto: (41) 8433-2291 / afonjanepf@yahoo.com.br. Ou diretamente com o Centro Arquidiocesano de Pastoral - (41) 2105-6323.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba

Estudo demonstra que homens que vivem a paternidade são mais felizes

Estudo demonstra que homens que vivem a paternidade são mais felizes
 CALIFORNIA, (ACI)
Um estudo elaborado por um grupo de psicólogos das universidades Universidade de Riverside, Stanford e British Columbia indica que a paternidade aumenta nos homens os níveis de felicidade em comparação com aqueles que não têm filhos, e evidenciou também que as crianças não são uma fonte de problemas.
Segundo a investigação chamada "Em Defesa da Família: As crianças estão associadas com mais alegria que penas", os pais que participaram do estudo manifestaram um maior grau de felicidade, emoções positivas e vontade de viver que os homens sem filhos.

Do mesmo modo, contra o que comumente se acredita em várias sociedades do mundo, o estudo demonstrou que os pais são mais felizes quando estão cuidando dos seus filhos que em qualquer outro tipo de atividade cotidiana, "apesar das responsabilidades adicionais às que conduz".
Nesse sentido, Elizabeth W. Dunn, psicóloga social da Universidade de British Columbia no Canadá, assinalou que os benefícios emocionais da paternidade se relacionam com o aumento da responsabilidade.

"Ao estar pendente dos cuidados de outra pessoa se fomenta certo altruísmo e o homem deixa de estar tão centrado em si mesmo, e partir desta óptica fomenta-se as emoções positivas", expressou Dunn, quem esclareceu ainda que "não se trata de procurar os sentimentos positivos através dos filhos, mas sim de implicar-se em seu cuidado e educação".

Finalmente, os investigadores indicaram que o estudo também contradiz aqueles que acreditam que os filhos são uma fonte de problemas. Segundo o estudo, os filhos não prejudicam o desenvolvimento pessoal dos pais nem limitam suas relações sociais.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

domingo, 3 de junho de 2012

Família é chamada a ser como a Santíssima Trindade

A solenidade litúrgica da Santíssima Trindade foi celebrada pela Igreja neste domingo. Durante a Missa no Parque Bresso, em Milão, nesta manhã, o Papa Bento XVI explicou que esta solenidade “convida-nos a contemplar este mistério, mas impele-nos também ao compromisso de viver a comunhão com Deus e entre nós segundo o modelo da comunhão trinitária”.

“Somos chamados a acolher e a transmitir, concordes, as verdades da fé; a viver o amor recíproco e para com todos, compartilhando alegrias e sofrimentos, aprendendo a pedir e a dar o perdão, valorizando os diversos carismas sob a guia dos Pastores”, destacou Bento XVI aos quase um milhão de fiéis e peregrinos reunidos ali e que participam do 7º Encontro Mundial das Famílias.

Assim como a Igreja, ressaltou o Pontífice, a família fundada no matrimônio entre o homem e a mulher é chamada a ser imagem do Deus Uno em Três Pessoas.

“Deus criou o ser humano, homem e mulher, com igual dignidade, mas também com características próprias e complementares, para que os dois fossem dom um para o outro, se valorizassem reciprocamente e realizassem uma comunidade de amor e de vida. O amor é o que faz da pessoa humana a autêntica imagem de Deus”, disse.

O Santo Padre salientou aos esposos que na vivência do matrimônio não é dado qualquer coisa ou alguma atividade, mas a vida inteira. E o amor deles deve ser fecundo, antes de mais nada, para eles mesmos, porque desejam realizar o bem um do outro, experimentando a alegria do receber e do dar. E é fecundo também na procriação generosa e responsável dos filhos.

“A vossa vocação não é fácil de viver, especialmente hoje, mas a realidade do amor é maravilhosa, é a única força que pode verdadeiramente transformar o mundo”, destacou o Bento VXI.

O Papa indicou então para as famílias caminhos para crescer no amor: manter um relacionamento perseverante com Deus e participar na vida eclesial, cultivar o diálogo, respeitar o ponto de vista do outro, estar disponíveis para servir, ser paciente com os defeitos alheios, saber perdoar e pedir perdão, superar com inteligência e humildade os possíveis conflitos, concordar as diretrizes educacionais, estar abertos às outras famílias, atentos aos pobres, ser responsáveis na sociedade civil.


Dores e separações

Bento XVI dedicou ainda uma palavra aos fiéis que, embora compartilhando os ensinamentos da Igreja sobre a família, estão marcados por experiências dolorosas de falência e separação.

“Sabei que o Papa e a Igreja vos apoiam na vossa fadiga. Encorajo-vos a permanecer unidos às vossas comunidades, enquanto almejo que as dioceses assumam adequadas iniciativas de acolhimento e proximidade”, afirmou.


Equilíbrio entre família, trabalho e festa

“A família, o trabalho e festa”, este é o tema central deste 7º Encontro Mundial das Famílias, que termina neste domingo. Para o Santo Padre, estes são três dons de Deus, três dimensões da vida que devem encontrar num equilíbrio harmonioso.

“Harmonizar os horários do trabalho e as exigências da família, a profissão e a maternidade, o trabalho e a festa é importante para construir sociedades com um rosto humano”, disse.
Nisto, o Papa pediu aos fiéis que privilegiem sempre a lógica do ser sobre a do ter, pois a primeira constrói e a segunda acaba por destruir.

“É preciso educar-se para crer, em primeiro lugar na família, no amor autêntico”, concluiu.

Fonte:
Nicole Melhado
Da Redação

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=286400

Diálogo do Santo Padre com as Famílias: EMF-2012

Diálogo com as Famílias
Festa dos Testemunhos no Parque Bresso de Milão, Itália
Encontro Mundial das Famílias 2012
2 de junho de 2012
1. CAT TIEN (menina do Vietnam):
Oi, Papa. Sou Cat Tien, venho do Vietnam. Tenho sete anos e quero apresentar a minha família: ele é meu pai, Dan, e a minha mãe chama-se Tao, e ele é meu irmãozinho Binh.

Gostaria muito de saber alguma coisa sobre a tua família e sobre quando era pequeno como eu…

SANTO PADRE: Obrigado, querida, e aos pais: obrigado de coração. Agora, você me perguntou como são as recordações da minha família: seriam muitas! Quero dizer somente poucas coisas. O ponto essencial para a família era para nós sempre o domingo, mas o domingo começava já no sábado à tarde. O papai nos dizia as leituras, as leituras do domingo, de um livro muito difundido naquele tempo na Alemanha, onde também eram explicados os textos.
Assim começava o domingo: entravamos já na liturgia, na atmosfera da alegria. No dia seguinte, íamos à Missa. Minha casa era perto de Salisburgo, portanto tínhamos muita música – Mozart, Schubert, Haydn – e quando começava o Kyrie era come se abri-se o céu!

E depois, em casa, era importante, naturalmente, o grande almoço juntos. E depois cantávamos muito: meu irmão é um grande músico, fez composições já quando era garoto para todos nós, assim toda a família cantava. O papai tocava lira e cantava; foram momentos inesquecíveis.

Depois, naturalmente, fizemos viagens juntos, caminhadas, estávamos próximos a um bosque e assim caminhar nos bosques era uma coisa muito linda: aventuras, brincadeiras, etc.

Em uma palavra, éramos um só coração e uma só alma, com tantas experiências comuns, também em tempos muito difíceis, porque era o tempo da guerra, antes da ditadura, depois da pobreza. Mas com este amor recíproco que existia entre nós e esta alegria, também pelas coisas simples, podíamos superar e suportar aquelas coisas.

Parece-me que isto foi muito importante: que também coisas pequenas deram alegria, porque assim se exprimia o coração do outro. E assim, crescemos na certeza que é bom ser um homem, porque víamos que a bondade de Deus se refletia nos pais e nos irmãos.

E para dizer a verdade, se busco imaginar um pouco como será o Paraíso, parece-me sempre como o tempo da minha juventude, da minha infância. Assim, neste contexto de confiança, alegria e amor, éramos felizes e penso que no Paraíso deveria ser similar a como era na minha juventude. Neste sentido, espero ir “para casa”, andando em direção à “outra parte do mundo”.

2. SERGE RAZAFINBONY E FARA ANDRIANOMBONANA (Casal de noivos de Madagascar):
SERGE: Santidade, somos Fara e Serge, e viemos de Madagascar. Conhecemos-nos em Florença, onde estamos estudando, eu engenharia e ela, economia. Estamos noivos há quatro anos e logo que nos formarmos, sonhamos em voltar ao nosso país para dar uma mão a nossa gente, também através das nossas profissões.

FARA: Os modelos familiares que dominam o Ocidente não nos convencem, mas estamos conscientes que também os moldes tradicionalistas da nossa África estão de qualquer forma superados. Sentimos que somos feitos um para o outro; por isso queremos nos casar e construir um futuro juntos. Queremos também que cada aspecto da nossa vida seja orientado pelos valores do Evangelho. Mas falando de matrimônio, Santidade, existe uma palavra que nos atrai mais que outras e que, ao mesmo tempo, nos assusta: o “para sempre”...

SANTO PADRE: Queridos amigos, obrigada por este testemunho. A minha oração vos acompanha neste caminho de noivado e espero que possam criar, com os valores do Evangelho, uma família “para sempre”. Ele disse que há diversos tipos de matrimônio: conhecemos o «mariage coutumier» da África e o casamento ocidental. Também na Europa, para dizer a verdade, até o ano de 1800, havia outro modelo de matrimônio dominante: normalmente o matrimônio era na realidade um contrato dentro do clã, onde se buscava conservar o clã, abrir ao futuro, defender as propriedades, etc.
Buscava-se um para o outro ali no clã, esperando que fossem adequados um para o outro. Assim era em parte também nos nossos países.

Eu me recordo que num pequeno lugar, onde estudei, era em grande parte ainda assim. Mas depois de 1800, segue a emancipação dos indivíduos, a liberdade da pessoa e o matrimônio não é mais baseado sobre a vontade dos outros, mas sobre a própria escolha; precede o namoro, torna-se depois noivado e, então, matrimônio.

No meu tempo todos éramos convictos que este era o único modelo correto e que o amor por si garantisse o “sempre”, porque o amor é absoluto, quer tudo e assim também a totalidade do tempo: é “para sempre”.

Infelizmente, a realidade não era assim: via-se que o namoro é lindo, mas talvez não sempre perpétuo, assim como o sentimento: não permanece para sempre. Então, via-se que a passagem do namoro ao noivado e depois ao matrimônio exige diversas decisões, experiências interiores.

Como disse, é lindo este sentimento de amor, mas deve ser purificado, deve andar num caminho de discernimento, isto é, devem entrar também a razão e a vontade; devem unir-se razão, sentimento e vontade.

No Rito do Matrimônio, a Igreja não diz: “Estão apaixonados?”, mas “quer”, “está decido”. Isto é: a paixão deve se transformar em verdadeiro amor, envolvendo a vontade e a razão num caminho, que é aquele do noivado, de purificação, de maior profundidade, é assim que realmente todo homem, com todas suas capacidades, com o discernimento da razão, a força de vontade, diz: “Sim, esta é a minha vida”.

Eu penso sempre nas bodas de Cana. O primeiro vinho é muito bom: é o namoro. Mas não dura até o fim, deve vir um segundo vinho, isto é deve fermentar e crescer, amadurecer.

Um amor definitivo que se torna realmente “segundo vinho” é mais bonito, melhor que o primeiro vinho. E isso devemos buscar. E aqui é importante também que eu não fique isolado, o eu e o tu, mas que seja envolvida também a comunidade da paróquia, a Igreja, os amigos. Isso, toda a personalização correta, a comunhão de vida com outro, com as família que se apóiam mutuamente, é muito importante e só assim, neste envolvimento com a comunidade, os amigos, a Igreja, a fé, Deus mesmo, cresce um vinho que vai para sempre. Muitas felicidades a vocês!

3. FAMÍLIA PALEOLOGOS (Família grega)
NIKOS: Kalispera! Somos a família Paleologos. Viemos de Atenas. Chamo-me Nikos e ela é minha mulher Pania. E eles são nossos dois filhos: Pavlos e Lydia.

Anos atrás com outros dois sócios, investido tudo aquilo que tínhamos, abrimos uma pequena empresa de informática. Ao desenrolar da atual duríssima crise econômica, os clientes estão drasticamente diminuindo e aqueles que permanecem adiam sempre mais os pagamentos. Mal conseguimos pagar os salários dos nossos dois funcionários, e para nós sócios sobra pouquíssimo. Assim, para manter a nossa família, todos os dias, passa a sobrar sempre menos. Nossa situação é uma entre tantas, entre milhões de outras. Na cidade, as pessoas viram suas cabeças para baixo; ninguém confia mais em ninguém, falta esperança.

PANIA: Também nós, se não continuar a crescer a providência, mal podemos imaginar como será o futuro para os nossos filhos. Existem dias e noites. Santo Padre, vem a nós perguntar como fazer para não perder a esperança. O que a Igreja pode dizer a toda essa gente, a estas pessoas e a estas famílias sem mais perspectiva?

SANTO PADRE:
Queridos amigos, obrigado por este testemunho que atingiu meu coração e o coração de todos nós. O que podemos responder? As palavras são insuficientes. Devemos fazer alguma coisa de concreto e todos nós sofremos pelo fato de sermos incapazes de fazer algo de concreto. Falamos primeiro de política: parece-me que deveria crescer o sentido de responsabilidade em todos os partidos, que não prometam coisas que não podem realizar, que não busquem somente votos para si, mas que sejam responsáveis pelo bem de todos e que se compreenda que a política é sempre também responsabilidade humana e moral diante de Deus e dos homens. Depois, naturalmente, os indivíduos sofrem e devem aceitar, às vezes sem possibilidade de se defender, a situação como é.

Todavia, podemos também dizer: busquemos que cada um faça o seu possível, pense em si, na família, nos outros, com grande senso de responsabilidade, sabendo que os sacrifícios são necessários para ir a diante.

Terceiro ponto: o que nós podemos fazer? Esta é minha pergunta, neste momento. Eu penso que talvez a germinação entre as cidades, entre as famílias, entre as paróquias, poderia ajudar. Nós moramos na Europa, agora, uma rede de germinação, são trocas de cultura, algumas muito boas e muito úteis, mas talvez devemos germinar em outro sentido: que realmente uma família do Ocidente, da Itália, da Alemanha, da França, etc, assuma a responsabilidade de ajudar uma outra família. Assim também as paróquias, as cidades: que realmente assuma a responsabilidade, ajudem no sentido concreto. E estejam seguros: eu e muitos outros rezamos por vocês e este rezar não é só dizer palavras, mas abrir o coração a Deus e assim conseguir também criatividade no encontrar soluções. Esperamos que o Senhor ajude-nos, que o Senhor vos ajude sempre! Obrigado.

4. FAMÍLIA RERRIE (Família americana)
JAY: Vivemos próximo a NovaYork. Chamo-me Jay, sou de origem jamaicana e sou contador. Ela é minha mulher Anna, ela é professora auxiliar. E estes são nossos seis filhos, que têm entre 2 e 12 anos. Daqui pode bem imaginar, santidade, que a nossa vida é feita de perenes corridas contra o tempo, de ansiedades, de articulações muito complicadas...

Também para nós, nos Estados Unidos, uma das prioridades absolutas é manter o nosso posto de trabalho, e para fazê-lo precisamos cuidar dos horários e às vezes perdemos mesmo as relações familiares.

ANNA: Certo que não é fácil.... A impressão, Santidade, é que as instituições e as empresas não facilitam a conciliação dos tempos de trabalho com os tempos da família.

Santidade, imaginamos que também para o Senhor não seja fácil conciliar os seus infinitos empenhos com o repouso. Há qualquer conselho para ajudar-nos a reencontrar esta necessária harmonia? No turbilhão de estímulos impostos pela sociedade contemporânea, como ajudar as famílias a viver a festa segundo o coração de Deus?

SANTO PADRE: Grande pergunta e penso entender este dilema entre duas prioridades: a prioridade do posto de trabalho é fundamental e a prioridade da família. E como reconciliar as duas prioridades? Posso somente tentar dar qualquer conselho.

O primeiro ponto: existem empresas que permitem qualquer extra para as famílias – no dia de aniversário, etc. – e vêem que conceder um pouco de liberdade, no fim, faz bem para a empresa, porque reforça o amor pelo trabalho, pelo posto de trabalho. Então, quero aqui convidar os empregadores a pensar na família, a pensar também em como ajudar afim que as duas prioridades possam ser conciliadas.

Segundo ponto: parece-me que se deva naturalmente buscar certa criatividade, e isso não é sempre fácil. Mas ao menos, cada dia levar qualquer elemento de alegria para a família, de atenção, qualquer renuncia à própria vontade para estar junto à família e aceitar e superar as noites, os obstáculos dos quais se falou também antes, e pensar neste grande bem que é a família. E, assim, também no grande cuidado de dar qualquer coisa de bom, cada dia, encontrar uma reconciliação entre as duas prioridades.

E finalmente, tem o domingo, a festa: espero que seja observada na América, o domingo. E assim, parece-me muito importante o domingo, o dia do Senhor e, próprio como tal, também o “dia do homem”, porque somos livres. Este era, na narração da Criação, a intenção original do Criador: que um dia todos fossem livres. Nesta liberdade de um para outro, para si mesmos, se é livre para Deus. E assim, penso que defendemos a liberdade do homem, defendemos o domingo e as festas como dias para Deus e, assim, dias para o homem. Felicidades a vocês! Obrigado.

5. FAMIGLIA ARAUJO (Família brasileira de Porto Alegre)

MARIA MARTA: Santidade, como no resto do mundo, também no Brasil, as falências matrimoniais continuam aumentando.

Chamo-me Maria Marta, ele é Manoel Angelo. Somos casados há 34 anos e já somos avós. Na qualidade de médica e psicoterapeuta familiar encontramos tantas famílias, notamos nos conflitos de casal uma mais acentuada dificuldade para perdoar e aceitar o perdão, mas em diversos casos encontramos o desejo e a vontade de construir uma nova união, qualquer coisa duradoura, também para os filhos que nascem da nova união.

MANOEL ANGELO: Alguns desses casais que se casam novamente gostariam de se reaproximar da Igreja, mas vêem negados os Sacramentos a eles e a desilusão é grande. Se sentem excluídos, marcados por uma sentença definitiva. Estes grandes sofrimentos magoam profundamente quem neles está envolvido; dilacerações que se tornam também parte do mundo e são feridas também nossas, de toda a humanidade.

Santo Padre, sabemos que estas situações e que estas pessoas estão muito no coração da Igreja: quais palavras e quais sinais de esperança podemos dar a eles?

SANTO PADRE: Queridos amigos, obrigado pelo vosso trabalho como psicoterapeutas para as famílias, muito necessário. Obrigado por tudo aquilo que fazer para ajudar estas pessoas que sofrem. Em realidade, este problema dos casais em segunda união é um dos grandes sofrimentos da Igreja hoje. E não temos receitas simples.

O sofrimento é grande e podem somente ajudar as paróquias, os indivíduos, ajudando estas pessoas a suportar o sofrimento deste divórcio. Eu diria que é muito importe saber, naturalmente, a prevenção, isto é, aprofundar desde o início, no namoro, numa decisão profunda, madura. Além disso, o acompanhamento durante o matrimônio, afim que as famílias não estejam nunca sozinhas, mas realmente acompanhadas em seu caminho.

E depois, quanto a essas pessoas, devemos dizer – como ela disse – que a Igreja as ama, mas eles devem ver e sentir este amor. Parece-me um grande desafio para uma paróquia, uma comunidade católica, fazer realmente o possível para que eles se sintam amados, aceitos, que não se sintam “fora”, mesmo que não possam receber a absolvição e a Eucaristia. Eles devem ver que mesmo assim vivem plenamente na Igreja. Talvez, se não é possível a absolvição na Confissão, todavia, um contato permanente com um sacerdote, com um guia espiritual, é muito importante para que possam ver que estão sendo acompanhados, guiados.

Depois, é também muito importante que sintam que a Eucaristia é verdadeira e participada se realmente entram em comunhão com o Corpo de Cristo. Mesmo sem o recebimento “corporal” do Sacramento, podemos estar espiritualmente unidos a Cristo no Seu Corpo. E fazer entender isso é importante, que realmente encontrem a possibilidade de viver uma vida de fé, com a Palavra de Deus, com a comunhão da Igreja e podem ver que o sofrimento deles é um dom para a Igreja, porque serve, assim, para defender também a estabilidade do amor, do Matrimônio; e que este sofrimento não é somente um tormento físico e psíquico, mas é também um sofrimento na comunidade da Igreja, para os grandes valores da nossa fé.

Penso que o sofrimento deles, se realmente interiormente aceito, pode ser um dom para a Igreja. Devem sabê-lo, que justamente assim servem a Igreja, estão no coração da Igreja. Obrigado pelo vosso empenho.

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=286403

Boletim da Santa Sé
(Tradução de Nicole Melhado - equipe CN Notícias)

terça-feira, 29 de maio de 2012

ANIVERSARIO DE CASAMENTO DOS CARMELITAS SECULARES SONIA E FERNANDO






Hoje, dia 29 de maio,  Sonia e Fernando Seixas, da Comunidade Santa Teresa de Jesus,  da OCDS de Campinho, no Rio de Janeiro, comemorar 36 anos de casados, agradecendo a Deus e à Virgem Maria todas as bênçãos e graças que os fazem prosseguir firmes na Fé, no Amor, na Compreensão e acima de tudo aceitando  sempre a vontade de Deus. 

Pedem a nós um presente: Uma Ave Maria.



domingo, 27 de maio de 2012

Beato Pedro To Rot: Marido e modelo de pai



O primeiro beato da Papua Nova Guiné: uma figura a ser redescoberta em vista da Family 2012

ROMA, quarta-feira, 30 de Abril de 2012 (ZENIT.org) - Pietro To Rot é um catequista da Papua Nova Guiné, morto em 1945 por causa da sua oposição à poligamia; celebra-se este ano o centenário do seu  nascimento. O Bispo de Rabaul, o Bergamês salesiano Francesco Panfilo, Bispo de Rabaul, propõe: "Por que não redescobrir essa figura marido e pai modelo, justo em vista do VII Encontro Mundial das Famílias que acontecerá em Milão?".

O nome de To Rot nos diz pouco ou nada, mas para a Igreja de Papua é uma glória local genuína: é, de fato, o primeiro beato daquela terra, elevado à glória dos altares, no dia 17 de janeiro de 1995 por João Paulo II . Não é por acaso que, há poucos dias atrás, os bispos de Papua Nova Guiné e das Ilhas Salomão fizeram uma peregrinação ao santuário de Rakunai, país natal do beato. E no verão estão previstas celebrações jubilares a serem realizadas no dia 7 de julho, festa litúrgica do beato.

Pedro nasce de um chefe da tribo, dentre os primeiros  convertidos à fé católica. Do seu pai, Angelo, o jovem Pedro herda as qualidades de um líder, da sua mãe Maria – cristã fervorosa – uma sensibilidade religiosa não comum. Com estas características, unidas à predisposição para os estudos, algumas pessoas vêem muitos "sinais de vocação" para o sacerdócio e pensam enviar o garoto para estudar na Europa. Mas o pai escolhe para Pedro um futuro leigo: com apenas 21 anos já é um bom catequista, inestimável colaborador  dos missionários. Em 1936, aos 24 anos, casou-se com Paula Varpit, uma menina de 16 anos, também ela muito fervorosa.

"Inspirado por sua fé em Cristo, foi um marido devoto, pai amoroso e um catequista comprometido, conhecido pela sua cordialidade, pela sua gentileza e pela sua compaixão”: assim em 1995 o Papa Wojtyla falava de Pietro To Rot, acrescentando que ele " tratou a sua mulher Paola com grande respeito; orava com ela toda manhã e toda noite. Para os seus filhos tinha uma grande afeição passava com eles o máximo do tempo que fosse possível”. Ainda: o beato "teve uma grande visão do matrimônio e, apesar do grande risco pessoal e da oposição, defendeu a doutrina da Igreja sobre a unidade do matrimónio e da necessidade de fidelidade mútua."
Durante a Segunda Guerra Mundial, de fato, a sua aldeia, Rakunai, foi ocupada pelos japoneses, os missionários acabaram presos, mas To Rot assumiu a responsabilidade pela vida espiritual dos seus concidadãos, continuando a ensinar os fiéis, a visitar os doentes e batizar . Mas quando as autoridades legalizaram a poligamia, o Beato Pedro denunciou firmemente essa prática. Comentou João Paulo II: "Ele proclamou com coragem a verdade sobre a santidade do casamento. Recusou tomar o "caminho mais fácil" do compromisso moral. "Devo cumprir o meu dever e como testemunho na Igreja de Jesus Cristo”, explicou. O medo do sofrimento e da morte não o pararam ." Mesmo na prisão Pedro permaneceu sereno, até mesmo alegre, até que ele foi assassinado com uma injeção em julho de 1945 por um médico japonês.
Comenta Mons. Panfilo. "Pedro To Rot, catequista e mártir, foi um grande defensor da família e do sacramento do matrimônio. Este ano na Diocese de Rabaul estamos comemorando o centenário, apontando para a renovação da família. E eu espero que o VII Encontro Mundial das Famílias, programado em Milão, represente uma oportunidade para valorizar essa figura".

Autor: Por Gerolamo Fazzini
Fonte: zenit.org

Novo retrato da família e história de casal que teve nove filhos



Casamento, filhos, trabalho, diversão, problemas. Esses são alguns aspectos que integram a realidade das famílias na sociedade atual. Neste mês, em que o Papa Bento XVI encontra-se com famílias do mundo inteiro no 7º Encontro Mundial das Famílias em Milão, na Itália, o noticias.cancaonova.com traz uma série especial sobre o retrato das famílias atuais. 

Essa primeira reportagem traz uma abordagem geral sobre a atual situação das famílias brasileiras. O professor do curso de História da Universidade de São Paulo (USP), Carlos de Almeida Prado Bacellar, que desenvolve pesquisas na área de história da família, comentou algumas das principais mudanças pelas quais a família vem passando ao longo da história da sociedade brasileira.
De acordo com o professor, o perfil da família mudou muito ao longo do século XX, principalmente em relação ao tamanho, que diminuiu. “Você tem menos crianças, as mulheres estão entrando no mercado de trabalho, elas não têm tempo para cuidar dessas crianças. O excesso de filhos dificulta a ida da mulher para o mercado de trabalho, então pra ela poder trabalhar, ela não pode ter os filhos na quantidade que ela tinha no passado”.

Os Resultados Gerais da Amostra do Censo 2010, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), comprovam essa constatação. A pesquisa revela que a taxa de fecundidade no Brasil caiu, de 2,38 filhos por mulher em 2000 para 1,90 em 2010. O índice fica abaixo do chamado nível de reposição (2,1 filhos por mulher), que garante a substituição das gerações.
Um reflexo direto, segundo Bacellar, é na Previdência Social, o que pode levar à necessidade de rever as regras de aposentadoria, como já aconteceu na Europa. “A queda da fecundidade e a consequente diminuição do número de crianças está levando rapidamente a um processo de diminuição da força de trabalho ativa. Cada vez você tem mais pessoas idosas, aposentadas e menos pessoas trabalhando”, explicou.

Filhos
Embora a necessidade de trabalhar seja um fator determinante na decisão de ter filhos, o presidente da comissão episcopal para Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Carlos Petrini, que é bispo de Camaçari (BA), afirma que os filhos são fundamentais para a realização da família e do próprio casal.

Ele informou que uma recente pesquisa realizada por um grupo de sociólogos e antropólogos da Universidade de Bologna e da Universidade Católica de Milão verificou que as famílias sem filhos são muito mais frágeis do que as famílias que têm um filho. A pesquisa, que será apresentada no 7º Encontro Mundial das Famílias, também mostra que as famílias com mais de um filho são muito mais sólidas do que aquelas que têm somente um.

Testemunho
O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e territórios, Roberval Belinati, casado há 33 anos, teve não um, mas seis filhos. Ele contou que, quando se casou, em 1979, ele e sua esposa decidiram que teriam quantos filhos Deus mandasse.

“Nós já casamos com essa convicção religiosa, com esse compromisso de estarmos à disposição de Deus para o que Ele enviasse para nossa família; nós aceitaríamos com muita honra e alegria”, disse.

Na verdade, Roberval teve nove filhos, mas três, segundo ele, são “anjinhos com Deus”, uma vez que sua esposa sofreu três abortos espontâneos. Ele conta que é muito feliz com sua família numerosa, com filhos de idades entre 13 e 31 anos, e que, se fosse hoje, teria novamente esses “nove” filhos.
Para ele, é compreensível a decisão de casais que optam por ter dois ou três filhos somente, considerando a realidade econômica e as dificuldades que o mundo oferece. Ainda sim, Belinati afirma que quem quer se casar deve se colocar a serviço da família e dos filhos.
“Não deve se preocupar só com as dificuldades financeiras não, porque Deus provê e nós temos que ter coragem e confiar em Deus. Quem confia em Deus vence”, enfatizou.
Casamento

Mesmo sendo tão importantes para a família, nem sempre os filhos estão recebendo a criação tradicional, com a presença de pai e mãe em matrimônio. A pesquisa do IBGE também descobriu que o número de divórcios está maior.
O historiador explica esse índice a partir da maior valorização que se dá ao casamento por amor e por paixão. “No passado, havia muito casamento arranjado, imposto pela família e que tinha que ser mantido. Hoje, o amor é importante na união de um casal e quando ele acaba há mecanismos que permitem que esse casamento se interrompa”, explicou Bacellar.

Para o bispo, o problema é que, hoje, os jovens, em especial, chegam ao casamento com uma visão um pouco simplificada e ingênua, o que acaba gerando um obstáculo na hora de viver as dificuldades do matrimônio.
“Tem um desnível entre a visão romântica do amor e a dificuldade para que essa visão seja capaz de abraçar e fazer ficar com a realidade”, explicou Dom Petrini .

Ajuda aos casais
O bispo de Camaçari disse que a Igreja está mais atenta aos casais quando eles solicitam o casamento, para avaliar sua maturidade. Ele também afirmou que a Igreja está se esforçando para acompanhar os casais, por meio da Pastoral Familiar e de outros movimentos familiares, para que eles não se sintam sozinhos quando enfrentam dificuldades. 

Para evitar tantos divórcios, Dom Petrini acredita que é necessário ter mais senso crítico em relação às propostas que o mundo apresenta. Ele também enfatizou a necessidade de estar mais ligado à luz de Cristo e não temer os dramas da vida, pois eles trazem crescimento.
"Quanto mais enfrentamos um drama hoje e outro amanhã, a personalidade cresce e se fortalece e adquire uma maturidade que acaba sendo admirável inclusive como fonte de sabedoria que se comunica aos filhos e às outras pessoas”, finalizou.

Autora: Jéssica Marçal, Da Redação da Canção Nova Notícias, com colaboração de Kelen Galvan

domingo, 20 de maio de 2012

Dia internacional de oração pelas famílias


Dia internacional de oração pelas famílias
Iniciativa do Projeto Família na data criada pela ONU

(ZENIT.org) – Foi celebrada no dia 15 de maio a vigésima edição do Dia Internacional das Famílias, criado pela ONU. Nesta data, coração da Segunda Semana do Direito da Família, a Federação Projeto Família lançou o primeiro Dia Internacional de Oração pela Família.

Uma oração silenciosa reúne em coro as residências, capelas, paróquias e mais de cem mosteiros de toda a Itália, como pequenas lareiras acesas em rede. Uma rede de pessoas que dedicaram a Deus uma oração especial pela família.

A súplica é única: famílias que saibam criar uma cultura de abertura, de comunhão e de esperança. Como sugere o manifesto da II Semana do Direito da Família, a família é um pequeno broto que deve ser cuidado, defendido, regado e levado a dar frutos.
Em parceria especial com a Fraternidade de Emaús, o Projeto Família viveu 24 horas de adoração eucarística na capela dedicada aos beatos esposos Luis e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus.

"A Igreja nos chama a proteger a família, apoiá-la espiritualmente e materialmente e lhe dar as garantias legislativas", disse dom Giuseppe Giudice, bispo de Nocera-Sarno, em mensagem pela II Semana do Direito da Família.
"Não podemos, simultaneamente, elogiá-la e destruí-la. Seria como soltar pombas e pegar os estilingues; clamar pela paz e preparar a guerra".
Fonte: zenit.org

Santa Maria, Rainha das Famílias, rogai por nós!

Pai de 7 filhos e líder da Ação Católica morreu em campo de concentraç​ão nazista após salvar judeus

Pai de 7 filhos e líder da Ação Católica morreu em campo de concentração nazista após salvar judeus
(ACI/EWTN Noticias) .- Odoardo Focherini um jornalista italiano pai de sete filhos e líder da Ação Católica que foi assassinado pelos nazistas aos 37 anos, depois de salvar numerosos judeus durante a Segunda guerra mundial. Este leigo foi declarado mártir no dia 10 de maio através de um decreto aprovado pelo Papa Bento XVI.

Focherini foi um ardoroso católico que desde muito jovem se opôs ao fascismo, inspirado pela encíclica "Non abbiamo bisogno (Não temos necessidade)" de Pio XI, conforme informa o site católico espanhol Religión em Libertad (ReL).

Aos 19 anos Focherini fundou os escoteiros católicos em Carpi, sua cidade natal, chegando a ser chefe do movimento escoteiro em sua diocese e um dos referentes em toda a Itália.
Aos 23 anos se casou com Maria Marchesi, com quem teve sete filhos e aos 27 foi presidente da Ação Católica na Itália, em uma época em que as associações fascistas competiam por captar os jovens.

O que o tornou mártir guarda relação com sua luta por salvar judeus da perseguição pelas leis raciais da época. Em 1943, com 36 anos, organizou uma rede para enviar à Suíça a mais de cem judeus, e conseguiu que eles escapassem do fascismo italiano.
Ao ano seguinte foi preso pelos nazistas em um hospital enquanto atendia um judeu doente. Transladaram-no ao campo de concentração de Hersbruck aonde as condições eram muito difíceis. Nesse lugar uma ferida na perna que ninguém atendeu ocasionou uma septicemia que custou-lhe a vida em 1944, aos 37 anos.

Antes de morrer ditou a seu amigo a seguinte carta:
"Meus sete filhos... Quereria vê-los antes de morrer... Não obstante, aceita, oh, Senhor, também este sacrifício, e protege-os Tu, junto à minha mulher, os meus pais, e todos meus seres queridos. Declaro morrer na mais pura fé católica, apostólica, romana e na plena submissão à vontade de Deus, oferecendo minha vida em holocausto por minha diocese, pela Ação Católica, pelo Papa e pelo retorno da paz ao mundo. Peço que digam à minha esposa que sempre fui-lhe fiel, que sempre pensei nela e que sempre a amei intensamente".

Em sua memória, a União das Comunidades judias da Itália outorgou uma medalha de ouro em 1955 e o Instituto comemorativo dos mártires e dos heróis Yad Vashem de Jerusalém o proclamou Justo entre as Nações.
Fonte: ACI Digital
http://www.odoardofocherini.it

sexta-feira, 18 de maio de 2012

CATEQUESE PREPARATÓRIA PARA O VII ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS - CATEQUESE 10 - A FAMÍLIA: O TRABALHO E A FESTA

  

A FAMÍLIA: O TRABALHO E A FESTA

Catequeses preparatórias
para o VII Encontro Mundial das Famílias

(Milão, 30 de Maio – 3 de Junho de 2012)

10. A FESTA, TEMPO PARA A COMUNIDADE

A. Canto e saudação inicial

B. Invocação do Espírito Santo

C. Leitura da Palavra de Deus

46Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam
o pão nas casas e consumavam as refeições com alegria e singeleza
de coração, 47louvando a Deus e cativando a simpatia de
todo o povo. E o Senhor acrescentava cada dia à comunidade
outros que estavam a caminho da salvação (Act 2, 46-47).
33Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição
do Senhor Jesus. Em todos eles havia uma grande a graça
(Act 4, 33).
42E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho
de Jesus Cristo no templo e nas casas (Act 5, 42).
43«Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se
grande entre vós, seja o vosso servo; 44 e todo o que entre vós quiser
ser o primeiro, seja escravo de todos. 45Porque o Filho do
homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate por muitos» (Mc 10, 43-45).
1Havia então na Igreja de Antioquia profetas e doutores, entre eles
Barnabé, Simão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém,
companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo. 2Enquanto
celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes
o Espírito Santo: «Separai-me Barnabé e Saulo para a obra à qual
os destinei». 3Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos
e despediram-nos. 4Enviados assim pelo Espírito Santo, foram a
Selêucia e dali navegaram para a ilha de Chipre. 5Tendo chegado
a Salamina, começaram a pregar a palavra de Deus nas sinagogas
dos judeus. Estava com eles João, que os assistia (Act 13, 1-5).

D. Catequese bíblica

1.      Dia da comunhão. O dia do Senhor faz viver a festa como um tempo para os outros, dia da comunhão e da missão. A eucaristia é memória do gesto de Jesus: isto é o meu corpo entregue, isto é o meu sangue derramado por vós e por todos. O «por vós e por todos» vincula intimamente a vida fraterna (por vós) e a abertura a todos (pela multidão). Na conjunção «e» encontra-se toda a força da missão evangelizadora da família e da comunidade: é doado a nós, a fim de que venha a ser para todos.
A Igreja que nasce da eucaristia dominical está aberta a todos. A primeira forma de missão consiste em construir a comunhão entre os fiéis, em fazer da comunidade uma família de famílias. Esta é também a lei fundamental da missão: a Igreja unida e concorde é o testemunho mais persuasivo para o mundo. A Igreja só pode tornar-se escola de missão, se for casa de comunhão. Os trechos tirados dos Actos dos Apóstolos, acima citados, oferecem-nos a imagem das primeiras comunidades que vivem a sua experiência cristã entre a casa e o templo. A festa e o domingo constituem o momento para renovar a vida eclesial, de tal modo que a comunidades dos fiéis venha a assumir o clima da vida familiar, e a família se abra ao horizonte da comunhão eclesial.
A Igreja local e a paróquia constituem a presença concreta do Evangelho no cerne da existência humana. Elas são as figuras mais conhecidas da Igreja, pela sua índole de proximidade e de acolhimento em relação a todos. Em muitos países, as paróquias indicaram a «vida boa» segundo o Evangelho de Jesus, conservando o sentido de pertença à Igreja. Como afirma o Concílio Vaticano II, nas Igrejas locais, «a Igreja caminha juntamente com a humanidade inteira, participando da mesma sorte terrena do mundo» (Gaudium et spes, 40).
Na paróquia as famílias, que são «igreja doméstica», fazem com que a comunidade paroquial seja uma igreja no meio das casas do povo. A vida quotidiana, com o ritmo de trabalho e de festa, permite ao mundo entrar na casa, abrindo a casa ao mundo.
Por outro lado, a comunidade cristã deve cuidar das famílias, subtraindo-as à tentação de se fechar no seu «apartamento» e abrindo-as aos caminhos da fé. Na família, a vida é transmitida como dom e promessa; na paróquia, a promessa contida no dom da vida é acolhida e alimentada. O dia do Senhor torna-se dia da Igreja, quando ajuda a experimentar a beleza de um domingo vivido juntos, evitando a banalidade de um fim-de-semana consumista, para realizar às vezes também experiências de comunhão fraterna entre as famílias.
2.     Dia da caridade. O dia do Senhor, como dies Ecclesiae, torna-se dia da caridade. A Igreja que se alimenta da Eucaristia dominical é a comunidade ao serviço de todos. A família, embora não sozinha, é a rede em que se transmite este serviço. O bonito texto do Evangelho de Marcos, acima citado, explica o modo como na eucaristia dominical Jesus está no meio de nós como aquele que serve. Este é o critério do serviço na comunidade: quem quiser ser o maior, torne-se o menor (vosso servo), e quem quiser ser o primeiro, dedique- se aos pobres e aos mais pequeninos (servo de todos). O serviço da caridade é um elemento caracterizador do domingo cristão.
Alguns períodos litúrgicos (o Advento e sobretudo a Quaresma) propõem-no como uma tarefa essencial das famílias e da comunidade. Assim, o domingo torna-se o «dia da caridade». O serviço da caridade exprime o desejo da comunhão com Deus e entre os irmãos. Ao longo da semana, a família vai ao encontro das necessidades de todos os dias, mas a vida familiar não pode limitar-se a oferecer bens e a cumprir compromissos: deve fazer crescer o vínculo entre as pessoas, a vida boa na fé e na caridade. Sem uma experiência de serviço em casa, sem a prática da ajuda recíproca e a participação nos deveres comuns, dificilmente nasce um coração capaz de amar. Na família, os filhos experimentam no dia-a-dia a dedicação incansável da parte dos pais e o seu serviço humilde, aprendendo do seu exemplo o segredo do amor. Quando, na comunidade paroquial, os adolescentes e os jovens, tiverem que ampliar o horizonte da caridade às outras pessoas, poderão compartilhar a experiência de amor e de serviço aprendida em casa. O ensino prático da caridade, sobretudo nas famílias com um filho único, deverá abrir-se imediatamente a pequenas ou grandes formas de serviço ao próximo.
3.     Dia do envio em missão. A dimensão missionária da Igreja está no centro da eucaristia dominical e abre as portas da vida familiar ao mundo. A comunidade dominical é, por definição, uma comunidade missionária.
No bonito ícone do Livro dos Actos dos Apóstolos, acima citado, é descrita a comunidade de Antioquia que, enquanto celebra o culto do Senhor, talvez dominical, é impelida pelo Espírito rumo à missão. No dia do culto, a comunidade torna-se missionaria. A missão não se refere unicamente aos indivíduos enviados, mas mostra a sua eficácia quando a Igreja inteira, com a variedade dos seus carismas, ministérios e vocações, se torna o sinal real da caridade de Cristo para todos os homens. As formas missionárias da comunidade são diferentes, mas todas devem conduzir os homens para Cristo. A família é chamada a evangelizar de maneira própria e insubstituível: no seu interior, no seu ambiente (vizinhos, amigos e parentes), na comunidade eclesial e na sociedade em geral.
A comunidade eucarística ampliará o seu olhar rumo a um horizonte universal, assumindo a solicitude de São Paulo por todas as Igrejas. Se a missio ad gentes constitui o horizonte da missão para a Igreja, também a Igreja local é, no seu próprio território, enviada a anunciar o Evangelho. A educação para o acolhimento do próximo, do diverso, do imigrado deverá começar a partir das famílias e receber um impulso da parte da comunidade. Antes ainda, é na família que, não raro, nasce a intuição de uma vida despendida em benefício dos outros, dedicada à missão e ao compromisso no mundo. Em muitas famílias cristãs, com uma vigorosa experiência de humanidade e de amor, e com a frequência da eucaristia dominical, brotaram maravilhosas histórias de vocação para o serviço no seio da sociedade, para o compromisso no voluntariado, para o testemunho na política e para a missão nos outros países do mundo. A relação entre domingo e eucaristia, entre Igreja e missão, entre família e serviço ao próximo exige uma renovada obra de introdução naquilo que é essencial na vida cristã, que conduza a uma nova consciência missionária. A força extraordinária do domingo, centrado na eucaristia doméstica, levou os mártires de Abitene até ao martírio.
«Agiste contra as prescrições dos imperadores e dos Césares, congregando todas estas pessoas?». E o presbítero Saturnino, inspirado pelo Espírito do Senhor, retorquiu: «Celebramos a eucaristia dominical, sem nos preocuparmos com elas». E o procônsul perguntou-lhe: «Por quê?». Ele respondeu: «Porque a eucaristia dominical não pode ser descuidada» (IX).
«Na tua casa foram realizadas reuniões contra o decreto dos imperadores?». Emérito, repleto de Espírito Santo, disse: «Na minha casa celebramos a eucaristia dominical». Ele perguntou: «Por que lhes permitias que entrassem?». Retorquiu: «Porque são meus irmãos, e eu não os poderia impedir». «E no entanto – retomou o procônsul – tu tinhas o dever de os impedir». E ele disse: «Eu não poderia impedi-los, porque nós cristãos não podemos viver sem a eucaristia dominical» (Acta Saturnini, Dativi, et aliorum plurimorum martyrum in Africa, XI).
Nos primeiros séculos, a eucaristia dominical permitiu que a Igreja se difundisse até aos confins do mundo. Também hoje, a vida quotidiana da família e da Igreja é convidada a recomeçar a parir daqui: os cristãos não podem viver sem a eucaristia dominical.

E. Escuta do Magistério

O domingo é a repetição, no ciclo breve, do tempo semanal do grande mistério da Páscoa. É chamado também «pequena Páscoa dominical». «Viver segundo o domingo» significa viver consciente da libertação trazida por Cristo e realizar a própria existência como oferta de si mesmo a Deus, para que a sua vitória se manifeste plenamente a todos os homens através de uma conduta intimamente renovada. O domingo como festa para os outros não deve ser entendida unicamente em função litúrgica: ela constitui um valor humano, além de uma dádiva cristã. Não viver os dias como se fossem iguais (e somente o domingo tem o segredo da diversidade), dedicar tempo à comunidade e à caridade é um caminho eficaz para a libertação do homem da servidão do trabalho.
Viver segundo o domingo
«Esta novidade radical, que a Eucaristia introduz na vida do homem, revelou-se à consciência cristã desde o princípio; prontamente os fiéis compreenderam a influência profunda que a celebração eucarística exercia sobre o estilo da sua vida. Santo Inácio de Antioquia exprimia esta verdade designando os cristãos como "aqueles que chegaram à nova esperança", e apresentava-os como aqueles que vivem "segundo o domingo" (iuxta dominicam viventes). Esta expressão do grande mártir antioqueno põe claramente em evidência a ligação entre a realidade eucarística e a vida cristã no seu dia-a-dia. O costume característico que têm os cristãos de se reunir no primeiro dia depois do sábado para celebrar a ressurreição de Cristo – conforme a narração do mártir São Justino – é também o dado que define a forma da vida renovada pelo encontro com Cristo. Mas, a expressão de Santo Inácio – "viver segundo o domingo" – sublinha também o valor paradigmático que este dia santo tem para os restantes dias da semana.
De facto, o domingo não se distingue com base na simples suspensão das actividades habituais, como se fosse uma espécie de parêntesis dentro do ritmo normal dos dias; os cristãos sempre sentiram este dia como o primeiro da semana, porque nele se faz memória da novidade radical trazida por Cristo. Por isso, o domingo é o dia em que o cristão reencontra a forma eucarística própria da sua existência, segundo a qual é chamado a viver constantemente: "Viver segundo o domingo" significa viver consciente da libertação trazida por Cristo e realizar a própria existência como oferta de si mesmo a Deus, para que a sua vitória se manifeste plenamente a todos os homens através de uma conduta intimamente renovada.
[Sacramentum Caritatis, 72]

F. Perguntas para o casal e o grupo

PARA O CASAL
  1. A nossa família sente o domingo como um tempo com e para os outros?
  2. Como é o relacionamento entre a nossa família, as demais famílias e a comunidade cristã?
  3. Que gestos de serviço e de caridade vivemos dentro de casa, durante a semana? Que compromissos de caridade sugerimos em prol dos outros, sobretudo dos mais necessitados?
  4. A nossa casa mantém a porta aberta ao mundo, aos seus problemas e às suas necessidades?
PARA O GRUPO FAMILIAR E A COMUNIDADE
  1. Hoje em dia, a dimensão comunitária do domingo é pouco vivida. Que remédios e sugestões podemos encontrar?
  2. As comunidades cristãs transmitem às famílias a experiência da comunhão»? As famílias estimulam as comunidades cristãs a um estilo de vida mais fraterno?
  3. A caridade tornou-se uma atenção constante da vida paroquial? As associações e instituições caritativas (Caritas) constituem uma expressão de toda a comunidade?
  4. Como se ajudam as famílias entre si na educação para o valor de uma vida despendida pelos outros, suscitando vocações para a missão?

G. Um compromisso para a vida familiar e social

H. Orações espontâneas. Pai-Nosso

I. Canto final

FONTE: http://www.family2012.com/pt/catequeses.php