"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

domingo, 27 de setembro de 2009

Beatos Luís e Zélia no Meeting de Rimini

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Os beatos Luís e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha, foram protagonistas da exposição "Sposos incomparáveis", apresentada durante o Meeting de Rimini.
A mostra, uma iniciativa do fr. Antônio Sangalli, da Província Lombarda, recolheu, num itinerário didático, através de painéis, o caminho humano, histórico e espiritual do casal Martin, beatificados no dia 19 de outubro de 2008. Mais de 10.000 pessoas visitaram a exposição e um numeroso público fez-se presente ao debate sobre a santidade conjugal dos pais de Santa Teresa.
A cidade de Rimini, na Itália, acolhe, há mais de 30 anos, a manifestação do Meeting. A cidade adriática se transforma a cada ano, no fim de agosto, no cenário de um dos foros internacionais de maior prestígio, em um lugar de encontro, de reflexão, de troca, de testemunhos.
O Meeting de Rimini, organizado pelo movimento eclesial "Comunhão e Libertação", na edição deste ano, teve a participação de mais de 800.000 pessoas.
Já é tradição que durante o encontro passam por ali personalidades do mundo eclesiástico, da política, da economia mundial, da arte e da literatura. Este ao teve uma larga ressonância o testemunho do ex-primeiro Ministro Britânico, Tony Blair, sobre seu caminho de conversão ao catolicismo.
Fonte:
Ordem dos Carmelitas Descalços
Boletim de notícias da Província São José - Sudeste do Brasil

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Família é o maior tesouro da humanidade

Família é o maior tesouro da humanidade

Segundo o arcebispo de Burgos na Jornada Mariana da Família

TORRECIUDAD, segunda-feira, 14 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- "A família é o maior tesouro da humanidade", afirmou o arcebispo de Burgos, Dom Francisco Gil Hellín, ao presidir a 20ª Jornada Mariana da Família no santuário de Torreciudad, um evento que reuniu no último dia 12 cerca de 15 mil pessoas procedentes de toda a Espanha.

Dom Gil Hellín destacou, durante a homilia, que "a família se manifesta e se expressa em sua própria vida, porque Deus a fez uma instituição natural e não são os governos ou os parlamentos que devem dizer o que é a família".

Em uma mensagem enviada pelo Papa Bento XVI aos participantes, o pontífice lhes exortou a dar "um incondicional ‘sim' à vida" e pediu aos esposos "disponibilidade e abnegada entrega, confiança mútua, fiel e fecunda".

Os atos começaram ao meio-dia, com uma oferenda a Nossa Senhora, realizada pelas famílias: flores, frutas, cerâmicas, fotografias, vinho, produtos do mar, camisetas e placas foram os objetos escolhidos para testemunhar sua devoção a Maria. Uma mostra de diversidade cultural foi oferecida por Adja e Sara, duas amigas da Costa do Marfim e do Peru, residentes em Lérida, que ofereceram um pandeiro e algumas partituras.

A Eucaristia ao ar livre foi solenizada pelo Coral de Pais da Associação Cantal (Zaragoza), acompanhado pela organista titular do santuário, Maite Aranzabal.

Na homilia, dirigindo-se de forma especial a cada assistente, o arcebispo de Burgos afirmou: "Redescubra cada dia esse tesouro do qual você é depositário. Deus o abençoou com esses amores: com sua esposa, com seu esposo, com seus filhos. Assim, a família será verdadeiramente o santuário da vida, será a garantia de que toda criatura que procede desta entrega em fidelidade matrimonial estará resguardada pelo berço mais forte, que é o amor conjugal e familiar".

O dia concluiu com a oração do terço na esplanada, acompanhando a imagem peregrina de Nossa Senhora de Torreciudad, e com a bênção com o Santíssimo.

Além de espanhóis, participaram grupos da França, Polônia e Itália. Muitos deles chegaram em viagens organizadas em algum dos 140 ônibus presentes no evento. Mais de 250 voluntários participaram na organização do encontro, ajudando nos estacionamentos e acessos ao santuário, na acomodação dos peregrinos, nos postos informativos e no parque infantil. E dezenas de sacerdotes atenderam, ao longo do dia, nos confessionários espalhados pelas diversas áreas do recinto.

domingo, 13 de setembro de 2009

Movimentos: apoio para vocação matrimonial

Dentro do seminário internacional “Família, sujeito de evangelização”

Por Carmen Elena Villa
ROMA, sexta-feira, 11 de setembro de 2009 (ZENIT.org).
- O matrimônio é uma vocação a viver o amor e a doação, a ser Igreja doméstica e a anunciar o Evangelho. Assim o entendem os casais que descobrem seu chamado ao apostolado dentro de diferentes movimentos eclesiais.Uma mulher da comunidade católica Shalom, assim como dois casais pertencentes ao Movimento Familiar Cristão e ao Encontro Matrimonial compartilharam, nesta sexta-feira, suas experiências no seminário internacional "Família, sujeito de evangelização".
O evento acadêmico foi organizado em Roma pelo Conselho Pontifício para a Família e clausurado nesta sexta-feira pelo presidente deste dicastério, o cardeal Ennio Antonelli.
Shalom, novas famílias para um novo mundo"Não haverá um novo mundo sem novas famílias", assegurou Maria Emmir Oquendo Nogueira, proveniente do Brasil e pertencente à comunidade católica Shalom.Oquendo Nogueira indicou que, nesta associação, fundada no Brasil há 27 anos por Moisés de Azevedo Filho, os jovens que se sentem chamados à vida matrimonial encontram um espaço para que a etapa do namoro seja ocasião de conhecimento mútuo e discernimento."O matrimônio não somente é algo que acontece em um momento da nossa vida, é um chamado específico a servir Deus através do seu Reino. É um compromisso ativo para o anúncio de Jesus Cristo", afirmou durante sua exposição.
Acrescentou também que, na comunidade Shalom, as famílias participam ativamente de algumas atividades de apostolado, entre elas, os seminários do Espírito Santo, grupos para a evangelização, campos de verão para crianças, evangelização porta a porta, em colaboração com a paróquia."A evangelização na comunidade Shalom continua durante as 24 horas do dia - assegurou Maria Emmir. Queremos chegar àqueles que não vão à Igreja, aos que não conhecem o Evangelho", comentou."A família não está chamada a centrar-se exclusivamente em si mesma, mas, ao contrário, deve se dedicar àqueles que precisam conhecer, amar e servir Jesus Cristo, sua Igreja e a humanidade", concluiu.
Movimento Familiar Cristão: ver, julgar, agir
Também intervieram os esposos americanos John e Lory Brzysz, do Movimento Familiar Cristão, fundado em Chicago em 1949.
Eles utilizam o método "ver, julgar e agir" à luz dos ensinamentos da Igreja e, assim, os membros deste movimento promovem a vida matrimonial e familiar centrada em Cristo.
Este casal tem 6 filhos - a mais nova é religiosa - e 13 netos. Asseguraram que "os pais têm um papel catequético em meio a uma sociedade que vive um secularismo invasivo".
Compartilharam também, em sua intervenção, que os representantes do seu apostolado se encontram no diálogo com outras associações da Igreja.Dessa forma, "as famílias encontram companheiros de viagem" em sua missão apostólica", concluíram os esposos.
O casamento como ocasião de encontro
Os últimos em intervir na manhã desta sexta-feira foram os esposos franceses Françoise e Bernard Prouvé, pertencentes ao movimento Encontro Matrimonial, nascido nos anos 60 com o espírito do Concílio Vaticano II.
Este movimento oferece aos casais um "fim de semana" especial, para que afiancem sua decisão de amar-se, baseados no diálogo e na comunicação.
Depois deste primeiro retiro, os casais que quiserem, podem receber periodicamente acompanhamento espiritual.
O casal Prouvé pertence a este movimento há 32 anos e trabalha na direção de retiros, dos quais participam dezenas de casais.
Segundo Bernard, eles receberam um grande apoio e conselho espiritual em momentos decisivos da vida matrimonial, como "os momentos de crise de adolescência dos nossos filhos, a morte do nosso quarto filho, a aposentadoria"."Trata-se de um presente extraordinário que nutre nosso sacramento do matrimônio e o anima com a confirmação e os desafios que recebemos", conclui Françoise.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Igreja precisa de famílias cristãs para nova evangelização


Cardeal Antonelli reconhece que elas chegam onde outros não conseguem chegar

Por Carmen Elena Villa

ROMA, quinta-feira, 10 de setembro de 2009 (ZENIT.org).

- Fazer da família o “sujeito de evangelização” é o objetivo declarado que o Conselho Pontifício para a Família apresentou no seminário internacional inaugurado nesta quinta-feira em Roma.

Segundo o cardeal Enni Antonelli, presidente deste dicastério vaticano, este encontro serve para colocar as bases para a preparação do 7º Encontro Mundial das Famílias, que se realizará na cidade de Milão, em 2012. A edição precedente foi celebrada na Cidade do México, no último mês de janeiro.

O cardeal apresentou dois projetos que estão sendo realizados neste contexto: o primeiro pretende promover em vários países uma pesquisa psicológica, tanto descritiva como de aplicação, sobre o bem que as famílias estáveis fazem aos seus filhos e à sociedade. O segundo projeto, assegurou o cardeal Antonelli, consiste em promover a família como “sujeito de evangelização”.

Famílias, “vamos evangelizar!”O purpurado indicou que é importante que se reforce a missão pastoral da família porque, “como destinatária de evangelização, a família já está muito presente na atenção dos operadores pastorais”, enquanto que, “como sujeito de evangelização, deve ser muito mais valorizada, voltando a despertar sua responsabilidade missionária ao serviço de todos os homens e de todo o humano”.

O presidente do Conselho Pontifício para a Família assegurou que “os crentes evangelizam com sua espiritualidade, seu testemunho, sua atividade, seu anúncio, sua profissão de fé. Ou melhor, é o próprio Cristo quem evangeliza através deles”, esclareceu.“Na medida em que vivem em comunhão com Cristo, os cristãos compartilham seu amor apaixonado por todos os homens, convertem-se em seus cooperadores para o desenvolvimento humano na história e para a salvação eterna, muito além da história.”

O purpurado italiano esclareceu que, por meio das famílias praticantes, “queremos chegar as demais famílias e ao maior número de pessoas”. Destacou, assim, o amplo campo de evangelização que as famílias têm, onde os agentes pastorais nem sempre podem chegar: “a própria casa, o ambiente, a escola, a paróquia, as associações eclesiásticas e civis, entre outras”.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Família e casamento na América

Autor vê diferenças notáveis para outros países

Por Pe. John Flynn, LC

ROMA, domingo, 6 de setembro de 2009 (ZENIT.org) .
- A vida familiar em muitos países vem sofrendo mudanças radicais nas últimas décadas. A situação na América é, no entanto, substancialmente pior se comparada com outros países, afirma Andrew J. Cherlin em um livro publicado no início do ano. De acordo com as análises de "The Marriage-Go Round: The State of Marriage and the Family in America Today" (Alfred A. Knopf) os norte-americanos têm adotado modelos contraditórios da vida pessoal e familiar. Ao tempo em que valorizam o compromisso de vida conjunto, enfatizam o crescimento e o desenvolvimento individual.Cherlin é professor de Sociologia e Políticas Públicas na Universidade Johns Hopkins e passou as últimas três décadas analisando a vida familiar.O casamento como um ideal cultural tem grande força na América, ele ressalta. De fato, existem programas governamentais de promoção do matrimônio. O feroz debate em torno de propostas para introduzir o casamento homossexual evidencia como o casamento é fortemente defendido por muitos.No entanto, Cherlin observa que em nenhum outro país ocidental há um período tão curto para o divórcio. Um estudo que aponta que as crianças que vivem com dois pais casados nos Estados Unidos têm um maior risco de sofrer uma ruptura familiar do que as crianças com dois pais solteiros na Suécia.Cherlin recordou a experiência de alguns anos atrás de Estados que introduziram a opção do Covenant Marriage nas uniões civis, na tentativa de fortalecer a união matrimonial. Em tais casamentos, ambos esposos aceitam mais restrições e dificuldades legais para se divorciar.Sem pactoNa época, lembrou Cherlin, ele pensou que talvez até um terço dos casais iria escolher esta opção. A experiência mostra que não. Anos depois, menos de 2% optaram por este tipo de pacto matrimonial em Louisiana e Arkansas. Mesmo com esta opção de casamento introduzida em Arkansas em 2001, em 2004 o Estado registrou o segundo maior número de divórcios por habitante que qualquer outro Estado -vem apenas atrás de Nevada, um notório destino de divórcio para pessoas de outros Estados.Ao mesmo tempo, em 2004, Arkansas também teve o terceiro maior número de casamentos por habitante. Arkansas é parte do "Bible Belt", grupo de Estados com membros da Igreja acima da média. De fato, seis dos dez Estados com as maiores taxas de divórcio estão no sul do país -os outros quatro estão no oeste- e todos eles tendem a ser socialmente conservadores.Assim, enquanto o casamento é visto como algo de grande prestígio na América, Cherlin salienta que a tendência cultural pós-moderna de auto-expressão e crescimento pessoal também é muito influente.Há sociedades com valores matrimoniais fortes, onde poucas crianças nascem fora do casamento e há baixos níveis de coabitação. A Itália é um caso assim, diz Cherlin. Depois, há países com uma cultura que coloca um alto valor no individualismo, como a Suécia. Somente nos Estados Unidos, no entanto, estas duas tendências culturais coexistem.Como resultado, os norte-americanos valorizam a estabilidade e a segurança do casamento, mas eles também acreditam que os indivíduos que estão insatisfeitos com seus casamentos devem ser autorizados a encerrá-los.EstatísticasIsso se reflete nas estatísticas sobre o casamento nos Estados Unidos, Cherlin salienta. A porcentagem de pessoas que desejam o casamento está próxima de 90%, superior a outros países. No entanto, a América tem a maior taxa de divórcio do mundo ocidental, ainda maior que países como a Suécia.Metade de todos os primeiros casamentos ocorre pela idade dos 25 anos nos Estados Unidos, comparados aos 29 anos de idade na Itália, 30 na França e 31 na Suécia. A coabitação também começa mais cedo para os americanos do que em muitos países europeus.Os casamentos nos EUA também se desfazem em taxa superior. Quase metade dos casamentos termina em divórcio no país. De fato, depois de apenas 5 anos, mais de um quinto dos norte-americanos que se casaram já estão separados ou divorciados. Entre aqueles que começaram coabitando, mais da metade tinha quebrado o vínculo no tempo de 5 anos, números muito mais elevados que em outros países. Nos Estados Unidos, 40% das crianças nascidas de pais casados ou que coabitam vivenciam a experiência da separação até os 15 anos. Na Suécia, a taxa é de 30%. Em outros países, está ao redor de 20%. Após as dissoluções, os norte-americanos também são mais propensos a buscar um novo parceiro. Quase metade das crianças que viveram o rompimento vê a entrada de um outro parceiro em casa no prazo de três anos, uma proporção muito maior que em outros países.Casamentos frequentes, divórcios frequentes, coabitação de curto prazo, isso é o que cria grande turbulência na vida familiar norte-americana, de acordo com Cherlin. O que ele chama de ‘turnos de divertimento' das famílias americanas é mais que uma peculiaridade estatística, ele mesmo destaca.O impacto sobre as crianças é particularmente preocupante. Algumas crianças experimentam grandes dificuldades de adaptação às mudanças de parceiro. As crianças cujos pais voltam a casar não têm os mesmos níveis de bem-estar que as crianças em famílias estáveis.Padrastos interrompem as relações existentes entre pais e filhos; e mudanças repetidas de pais ou parceiros afetam o desenvolvimento emocional das crianças.Mudanças dramáticasObservando os últimos 50 anos, Cherlin abordou as mudanças dramáticas na família e no casamento. Na década de 50, ter filhos fora do casamento era uma experiência vergonhosa, enquanto hoje é comum. Morar junto antes do casamento era algo muito raro, mas hoje não viver junto antes do casamento é a exceção.O casamento ainda é considerado algo importante, Cherlin admite, mas agora é visto como uma opção. Além disso, observamos um declínio sem precedentes à consideração do casamento como a única união aceitável para ter relação sexual e educar os filhos.Cherlin destaca que ele não está defendendo um retorno a um modelo idealizado de vida familiar de 50 anos, nem seja contra a tendência ao individualismo. O que ele conclui é que os norte-americanos precisam ter cautela e dedicar mais tempo a considerar suas decisões sobre casamento e vida familiar.Ao mesmo tempo, ele não tem esperança em qualquer grande mudança imediata. Cherlin salienta que, ainda que os Estados Unidos sejam um país fortemente religioso, o divórcio tem sido há tempos parte da cultura, tendo sido legalizado muito antes do que na Europa.O desafio, ele afirma, é encontrar uma maneira de minimizar os efeitos indesejados do individualismo. O modo de fazer isso não é óbvio, ele admite. Mas reconhece que famílias estáveis proporcionam um melhor ambiente para as crianças do que outras modalidades.O problema é que muitas pessoas hoje vêem o casamento de um ponto de vista diferente, encarando-o como uma relação privada centrada nas necessidades dos adultos para o amor e o companheirismo. "Esta visão pós-moderna de relacionamento está muito difundida", Cherlin admite.Como resultado, é duvidoso que a promoção governamental do casamento ou as alterações nos programas de bem-estar serão capazes de produzir um impacto substancial sobre as estruturas das famílias. Sem dúvida o apelo de Cherlin para que as pessoas tenham mais cautela e dediquem mais tempo ao fazer suas escolhas quando se trata de casamento é um bom conselho. Pode-se apenas imaginar, no entanto, qual diferença irá fazer. A verdadeira solução é mudar as expectativas culturais e sociais e os valores que orientam as prioridades das pessoas. Conseguir esse tipo de transformação da sociedade é de fato um desafio.