"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

sexta-feira, 19 de junho de 2020

JUNHO: O CARMELO E O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


“Tu sabes bem, meu único martírio é teu amor, Coração Sagrado de Jesus!” 
(Santa Teresinha do Menino Jesus)
“A cadeia de montanhas do Carmelo na Palestina é famosa pela sua vegetação exuberante e a Ordem do Carmelo Descalço, espalhada pelo mundo, é famosa pelos seus belos jardins cuidados carinhosamente pelas irmãs carmelitas. Toda essa beleza da flora é símbolo de uma realidade ainda mais bela, que é a espiritualidade do Carmelo, a qual é atualizada e vivida em cada célula deste Corpo Místico, cuja cabeça é Cristo e cujo Coração é o Coração do mesmo Cristo. 
Nesta vivência mística da oração meditada, no silêncio do Carmelo escuta-se o Coração de Cristo pulsando. O Monte Carmelo, na sua pobreza e simplicidade, se ergue sem que nada o possa abalar, pois sua base é a própria vitória de Cristo sobre a morte e sobre todas as forças contrárias à vida humana. No Carmelo, parece que o pulsar do Coração divino tem outro som, ainda mais puro e inspirador do que em qualquer outro lugar.
Assim como as idas e vindas do sangue pelo corpo humano, em sístole e diástole, assim também o amor de Cristo, que procede do Pai e nos chega pelo Espírito Santo, é transmitido para cada uma dessas células do Corpo de Cristo. Nós, forças vivas da Igreja, somos esse Corpo. Cristo vive em nós, especialmente pela comunhão eucarística. O amor de Cristo, que pulsa em seu Sagrado Coração, precisa do nosso amor, tão frágil, para ser testemunhado e vivificado em um mundo carente de Deus.
No Carmelo, este Sangue divino, impulsionado pelo Coração de Jesus, oxigenado pelo Espírito Santo, passa pelas células vivas da comunidade carmelitana. No Carmelo, o Coração de Jesus bate unido misteriosa e espiritualmente com as batidas cardíacas e com o ritmo de oração de cada um dos vocacionados, postulantes, noviços, irmãs, irmãos, seminaristas, freis, sacerdotes e, por último e não menos importante, com os carmelitas seculares, em comunhão com toda a Igreja.
Concluímos esta meditação orante, apoiando-nos em nossos escapulários e clamando à Virgem Maria do Monte Carmelo, nossa Estrela-Guia nesta caminhada carmelita, que interceda por nós junto ao Sagrado Coração de Jesus para que tenhamos humildade e coragem de sermos fiéis discípulos e missionários cristãos, perseverantes em nossa santa vocação sem desanimar até alcançarmos a plena união com nosso Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. “
Carlos e Adineia Vargas, OCDS.

Publicado originalmente na Revista Mensageiro de Santa Teresinha.

sexta-feira, 20 de março de 2020

ORAÇÃO EM FAMÍLIA





Pe. José Carlos Pereira


Há um dito popular que diz que "Família que reza unida, permanece unida", e esse dito tem um fundo de verdade. A oração é fundamental para a união da família. Em tempos de desagregação da família, seja institucional ou pessoal, nada mais urgente que resgatar o sentido e o valor da oração em família como remédio para combater a desunião.

Existem várias formas de se rezar em família, que vão desde uma oração antes das refeições, ou de dormir, até as orações promovidas pela comunidade paroquial, como, por exemplo, os círculos bíblicos: as novenas de Natal e da Quaresma; os grupos de oração de rua; as capelinhas de Nossa Senhora que visitam as casas e tantas outras.

Se rezar em família é algo valioso, há tempos litúrgicos que são oportunos para resgatar a prática da oração em família, como, por exemplo, o Tempo da Quaresma. Esse Tempo litúrgico tão especial, em que nós nos preparamos para a Páscoa, com os apelos bíblicos e litúrgicos para a conversão e a mudança de vida, que tal convidar sua família a participar da novena da quaresma, ou de outra modalidade de oração que esse tempo forte da liturgia propõe? Nessa época do ano os apelos para a oração são ainda mais contundentes e aproveitar essa oportunidade para resgatar a oração em família é muito importante. São muitas as famílias que voltaram a rezar a partir de uma iniciativa como essa.

Não importa como é a sua família, o que importa é que ela seja uma família de oração. Se ela estiver unida pela oração, essa família tem Deus presente e ela terá mais força para vencer os obstáculos e os desafios da missão. A oração em família possibilita que milagres sejam alcançados. Há pessoas que deixaram a bebida, as drogas e tantos outros vícios e práticas nocivas depois que passaram a rezar em família.

Mesmo que sua família tenha pouco tempo para se encontrar, devido aos tantos afazeres, ou que não seja uma família tão unida como você gostaria que ela fosse, esforce para encontrar momentos para rezarem juntos. Esse obstáculo se vence com perseverança e criatividade. Se no início não puder estar todos os membros da família na oração, que pelo menos uma parte esteja. Se nem uma parte estiver, reze você, sozinho(a), e sua oração será como uma gota d'água na pedra: "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Santa Teresa de Calcutá disse: "Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no Oceano, mas o Oceano seria menor se lhe faltasse uma gota". Seja, com a sua oração, essa gota no Oceano da sua família e ela será maior e melhor por causa dessa gota de oração.

Filhos que rezam ajudam na conversão de seus pais. Avós que são perseverantes na oração, são exemplos para as gerações. Rezar é como semear. O fruto não aparece de imediato, mas em algum momento a semente da oração germina, cresce e dá frutos. Nesta quaresma, semeie oração na sua família e ela colherá muitos frutos de bençãos das mais variadas formas.

Fonte: Revista Ave Maria - Março/2020.