"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

domingo, 18 de outubro de 2009

Santa Sé: combater as drogas para defender a família

Intervenção de Dom Migliore nas Nações Unidas

Por Roberta Sciamplicotti
ROMA, segunda-feira, 12 de outubro de 2009 (ZENIT.org).
- A luta contra o tráfico de drogas é fundamental para a defesa da família, afirmou na quinta-feira passada em Nova York o arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas.
O prelado interveio na 64ª sessão da Assembleia Geral ante o Terceiro Comitê sobre o item 105, “Controle internacional das drogas”, reafirmando a importância da família como “pedra angular da redução da demanda e das estratégias de atenção” no setor das substâncias entorpecentes.
“Visto que muitas causas e consequências da dependência das substâncias psicotrópicas estão relacionadas com as dinâmicas familiares”, observou, “a prevenção, o cuidado, a reabilitação e os esforços deveriam se concentrar nas relações familiares em suas dimensões biológicas, psicológicas, sociais, culturais e econômicas”.
Isto, acrescentou, é ainda mais importante dado que “o abuso das drogas pode enfraquecer a família, que é a base da sociedade, ferindo assim o tecido social da comunidade e contribuindo inclusive à desestabilização da sociedade”.
As investigações, por outro lado, seguem destacando que “os princípios fundamentais da sociedade se aprendem em casa”.
Alternativas reais
Em seu discurso, o representante da Santa Sé sublinhou que o abuso das drogas “continua impedindo a capacidade dos indivíduos, das comunidades, das nações de alcançar o desenvolvimento econômico, político e social”. O abuso das drogas, sublinhou, “afeta indivíduos de todo nível sócio-econômico”, representando “uma fonte de evasão financeira, emocional e psicológica com efeitos devastadores sobre as pessoas e sobre as famílias”.
Por este motivo, a delegação vaticana “concorda decididamente no fato de que a saúde global do indivíduo esteja no centro do controle do consumo de drogas, e que como sociedade se devem defender a saúde e a dignidade das pessoas evitando o uso de drogas e aliviando o sofrimento dos toxicômanos através da cura”. Enfrentar as necessidades da saúde dos indivíduos, explicou, será contudo insuficiente se não se consegue também fazer frente aos “diversos fatores que levam à produção e ao consumo de drogas”.
Com este propósito, o observador permanente recordou como os países em vias de desenvolvimento e as pessoas afligidas pela pobreza são “particularmente vulneráveis aos efeitos devastadores do tráfico de drogas, porque são pontos estratégicos para o tráfico ou cultivadores com bom mercado”.
Reação em cadeia
A delegação vaticana recordou também “com particular preocupação” os vínculos “cada vez mais óbvios” entre o tráfico de droga “e outras tragédias humanas como o tráfico de seres humanos, a proliferação de armas de pequeno calibre, o crime organizado e o terrorismo”.
Estes elementos, assinalou, “mostram que o abuso de substâncias não é uma transgressão sem vítimas, mas tem um impacto devastador em toda a comunidade”, e quem sofre as consequências “são especialmente os pobres e os vulneráveis”.
“Os indivíduos que caem presa do uso e abuso de drogas necessitam de apoio e assistência por parte dos membros de sua família, da comunidade e da sociedade”, concluiu. “Todos que combateram e venceram o vício do abuso de drogas são modelos verdadeiramente positivos e, sendo ‘embaixadores de esperança’ podem ter uma influência importante na vida dos demais”.

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