"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

FAMÍLIA, FONTE DE VALORES SOCIAIS



Pe. José Carlos Pereira


"A família, como instituição social, é determinante para o tipo de sociedade que se tem."



Todos os valores sociais são pautados pela família e nelas são, ou deveriam ser, moldados. Numa sociedade em que a família perdeu, ou está perdendo, seus referenciais na formação de pessoas de boa índole, ou seja, com valores morais e éticos, vamos ter uma sociedade carente desses valores. É o que comumente vemos em boa parte daqueles que ocupam ou querem ocupar cargos públicos nas várias instâncias da sociedade, sobretudo na política, seja nos municípios, nos Estados ou no governo federal. 
A clássica questão da sociologia, com base no pensamento de Jean-Jacques Rousseau, é se a pessoa já nasce corrupta ou é a sociedade que a corrompe. Rousseau diz que ninguém nasce mau, é a sociedade que o corrompe. Augusto Cury afirma que a pessoa nasce neutra, nem boa nem má, mas é o sistema social que educa ou realça instintos. Tudo indica que ninguém nasce predestinado a ser uma pessoa má, um ser corrupto, ou uma pessoa boa e idônea, mas é o meio em que se vive que vai moldando e determinando seus caráter.
Esse meio primordial é a família. A família é a primeira comunidade e a primeira sociedade em que uma pessoa vive. É na família que se aprendem valores que nortearão a vida. Vemos, assim, o tamanho da responsabilidade da família. Quando ela se esquiva de ensinar os principais valores da vida social, como os já supracitados (éticos e morais), e também os valores religiosos, ou a educação no sentido estrito do termo, entre outros, vamos ter pessoas que não saberão viver em sociedade e dificilmente respeitarão os demais. Por exemplo, uma família, ou pessoa, que confia a responsabilidade da educação dos filhos à escola ou a qualquer outra instituição não entendeu o papel da família. Vale lembrar que a escola instrui, mas é a família que educa.
Por essa razão, a Igreja tem tanta preocupação com a família. Se a família se desmantela, teremos consequentemente, uma sociedade desmantelada. Já disse isso noutro artigo, mas repito a título de reforçar esse axioma, pois ele é determinante para uma sociedade de justiça e paz.
Acredito que todos nós queremos um mundo melhor, justo e fraterno, e nos preocupamos com o tipo de sociedade que vamos deixar para nossos filhos. Mas será que alguém tem se preocupado com que tipo de filho vai deixar para a sociedade? Se a família negligencia a educação dos filhos em casa, ela vai deixar para a sociedade filhos pouco educados e aí só poderemos ter uma sociedade mal educada, porque quem faz a sociedade somos nós, pessoas. Quanto mais pessoas de bem existirem na sociedade , mais de bem será ela. Isso parece óbvio, mas na prática não vem acontecendo e parece que não é visto por esse lado. Se nós vemos tanto desrespeito com o semelhante e com as demais obras da criação é sinal de que não temos pessoas devidamente educadas na sociedade. De quem é a culpa? Posso afirmar categoricamente que a maior parcela de responsabilidade recai sobre a família. Outra parte, bem menor, é responsabilidade de outras instituições, como a escola, a Igreja e o Estado. Por essa razão afirmo que a família é a norteadora de valores de uma sociedade. Vale a pena pensar nisso e dar mais atenção à família.


Fonte: Revista Ave Maria - outubro de 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário